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Tunísia decide dia 29 sobre ativista do Femen que protestou seminua

Amina Sboui, 19 (centro), integante do Femen, pode pegar até cinco anos de prisão por protestos - AP
Amina Sboui, 19 (centro), integante do Femen, pode pegar até cinco anos de prisão por protestos Imagem: AP

Do UOL, em São Paulo

24/07/2013 10h30

A Justiça da Tunísia deve decidir no dia 29 o destino de Amina Sboui, 19, uma ativista do grupo ucraniano Femen. Amina está presa desde março no país, após participar de um protesto seminua. Ela é acusada de postar fotos suas seminua na rede social Facebook e de usar spray de pimenta para pichar o nome do grupo em um cemitério local.

Na segunda-feira (22), as autoridades acrescentaram mais uma acusação: difamar e agredir um agente prisional, após Amina denunciar maus-tratos a prisioneiros em sua cela. A informação é de um dos advogados da ativista, que alega que tentaram violar a ativista na prisão.

A nova imputação pode ampliar a pena de Amina, que, se confirmada, pode chegar a cinco anos. A defesa da ativista afirma que há várias inconsistências legais no processo.

"A Tunísia é um estado civil e seu povo é livre", disse ela ao sair da corte na segunda-feira (22), sob aplausos de seus simpatizantes.

O apoio ao Femen no país não é unânime. Integrantes da Liga para a Proteção da Revolução têm protestado do lado de fora da corte nos dias de julgamentos. Eles são contrários à atitude da ativista. Tunisianos favoráveis à ativista têm usado as redes sociais, muitos com nomes falsos, para criticar o governo.

Berço da Primavera

O pano de fundo do julgamento da ativista do Femen é a situação dos direitos humanos na Tunísia, berço da Primavera Árabe.

A onda de levantes teve início em janeiro de 2011, um mês após o vendedor ambulante Mohamed Bouazizi atear fogo ao próprio corpo em um protesto contra as dificuldades impostas pelo governo a seu trabalho. 

Após semanas de sucessivos protestos, o então presidente Ben Ali renunciou ao cargo, após 23 anos no poder. A insurreição tunisiana inspirou povos de outros países, como Líbia, Egito e Síria, a protestar nas ruas.