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Em carta, Prêmio Nobel da Paz chama Saboia de corajoso e mártir

O diplomata brasileiro Eduardo Paes Saboia Imagem: Alan Marques/ Folhapress

Renata Giraldi

Da Agência Brasil, em Brasília

11/09/2013 11h50

O Prêmio Nobel da Paz de 1996, o timorense José Ramos-Horta, entrou em contato com o diplomata Eduardo Paes Saboia, ex-encarregado de Negócios da Embaixada do Brasil na Bolívia e responsável pela retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina de La Paz, na Bolívia, há 13 dias.

Em carta enviada a Saboia, Ramos-Horta elogia a “coragem” do diplomata e chama-o de “mártir”.

Ramos-Horta compara Saboia ao cônsul de Portugal em Bordéus, na França, Sousa Mendes, nos anos de 1940, que salvou a vida de cerca de 30 mil judeus, livrando-os da perseguição nazista da 2ª Guerra Mundial.

Sem entrar na polêmica que envolve Saboia, os governos do Brasil e da Bolívia, Ramos-Horta disse acompanhar os desdobramentos do caso e ressaltou “sei que o Brasil não recebe ninguém na embaixada sem justa causa”.

Segundo ele, a diplomacia brasileira prima pela prudência e por ser meticulosa.

Saboia é alvo de investigações de uma comissão de sindicância, formada por dois embaixadores e um auditor da Receita Federal.

O grupo apura as responsabilidades do diplomata na retirada de Pinto Molina da Embaixada do Brasil na Bolívia, onde ficou por 455 dias. O ex-encarregado de Negócios é acusado de quebra de hierarquia. A defesa dele nega.

Pinto Molina foi retirado da Bolívia rumo ao Brasil em uma operação, organizada por Saboia, desencadeando uma crise diplomática.
O então chanceler Antonio Patriota foi substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado.

Em junho de 2012, o Brasil concedeu asilo diplomático ao senador, mas o governo boliviano não deu o salvo-conduto para ele deixar o país.
No Brasil há pouco mais de duas semanas, Pinto Molina é classificado como um “delinquente comum” pelo governo boliviano.

O senador nega as acusações relativas a desvios de recursos públicos e corrupção. No total, são mais de 20 processos.

Na semana passada, uma missão boliviana de alto nível, formada por três ministros do Ministério Público do país, esteve em Brasília e apresentou documentos ao Ministério da Justiça brasileiro sobre os processos judiciais envolvendo Pinto Molina.

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