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Morre mais um delator de problemas na qualidade da Boeing

Josh Dean morreu aos 45 anos após passar duas semanas internado Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/05/2024 09h24Atualizada em 03/05/2024 15h55

Um ex-funcionário da Spirit Aerosystems, demitido após acusar a fornecedora da Boeing de ignorar defeitos na produção do jato 737 Max, morreu na última terça-feira (30), após passar pouco mais de duas semanas internado.

O que aconteceu

Josh Dean morreu aos 45 anos, dias depois de ser hospitalizado para tratar problemas respiratórios. Familiares reportaram que ele contraiu uma bactéria altamente resistente a medicamentos, o quadro evoluiu para pneumonia e ele também sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), de acordo com informações do jornal Seattle Times.

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Dean ganhou notoriedade após se tornar delator em supostos problemas na fabricação de peças para jatos 737 Max produzidos pela Spirit AeroSystems para a Boeing. Ele foi demitido da Spirit, prestou depoimento em uma ação movida por acionistas da empresa, e também apresentou uma queixa junto à Administração Federal de Aviação (FAA na sigla em inglês), sob a justificativa de "má conduta por parte da gestão sênior de qualidade da linha de produção do 737" na Spirit.

A morte de Josh é a segunda, em pouco mais de um mês, de delatores da Boeing. Em março, John Barnett, 62, outro denunciante da companhia aérea morreu devido a um ferimento autoinfligido — ele foi achado sem vida dentro de seu caminhão no estacionamento de um hotel. Em nota, o advogado de Josh, Brian Knowles, lamentou as duas mortes e disse haver "zero evidências" de conexão entre os casos.

Demissão por apontar irregularidades. Em entrevista ao Wall Street Journal no começo deste ano, Josh Dean disse ter sido dispensado pela Spirit após sinalizar buracos mal perfurados nas fuselagens de modelos do 737, o que gerou discordância da empresa.

Problemas no modelo 737 Max da Boeing. O jato foi suspenso por reguladores de aviação em todo o mundo após acidentes aéreos mortais na Indonésia e na Etiópia, em 2018 e 2019. Foram feitas denúncias contra a cultura de segurança da Boeing, a empresa fez atualizações de software no 737 Max, que voltou a ter autorização para voar nos EUA em 2020.

Acidente recente. Em janeiro deste ano, o painel de uma porta de um Boeing 737 Max se desprendeu no ar abrindo um buraco na fuselagem em um voo operado pela Alaska Airlines. Os pilotos conseguiram pousar o avião em segurança, mas o episódio reacendeu os problemas apresentados por aeronaves produzidas pela empresa.

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