Itamaraty confirma brasileiro entre vítimas do voo que caiu na Namíbia
O Itamaraty confirmou a presença do brasileiro Sérgio Miguel Pereira Soveral a bordo do avião da LAM, companhia nacional de Moçambique, que transportava 33 pessoas e foi encontrado carbonizado na Namíbia. Não há sobreviventes.
O Ministério brasileiro das Relações Exteriores já está em contato com a família e disse, em nota oficial, prestar "assistência consular à família do nacional por meio das Embaixadas na região". "O governo brasileiro manifesta suas mais sentidas condolências às famílias das vítimas, ao governo e ao povo moçambicano e às demais nações que tiveram cidadãos vitimados pelo acidente."
O voo TM 470 decolou na sexta-feira (29) de Maputo, em Moçambique, com destino a Luanda, em Angola, com seis tripulantes e 27 passageiros a bordo: dez moçambicanos, nove angolanos, cinco portugueses, um francês, um brasileiro e um chinês, segundo um comunicado da companhia aérea.
Segundo um técnico do aeroporto, que pediu para não ser identificado, o avião teria caído por causa do mau tempo.
"Minha equipe encontrou o aparelho. Não há sobreviventes. O avião está carbonizado por completo", declarou à agência de notícias France Presse o coordenador da polícia da região namíbia de Kavango (nordeste), Willie Bampton, depois de várias horas de busca em uma zona pouco povoada no parque nacional de Bwabwata.
A aeronave, um modelo Embraer 190 com capacidade para 90 passageiros, foi comprado pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) para modernizar sua frota e substituir os antigos Boeing.
"A empresa já se colocou à inteira disposição das autoridades aeronáuticas para auxiliar nas investigações. Neste sentido, uma equipe de técnicos da Embraer prepara-se para deslocar-se para o local do acidente", diz a nota.
O último contato estabelecido com os pilotos foi feito quando o avião sobrevoava o norte da Namíbia, onde caia uma forte chuva.
A polícia da Namíbia enviou equipes de resgate após ser alertada pelas forças de Botswana. "Eles viram a fumaça no ar e pensaram que o acidente havia ocorrido em seu país", contou Bampton. "Mas ao chegarem à fronteira, perceberam que a fumaça estava na Namíbia".
O trabalho das equipes namibianas foram prejudicadas pelas fortes chuvas e pela vegetação fechada. Além disso, a ausência de estradas complicou o acesso ao local. O barulho das explosões pode ser ouvido pelos moradores de vilarejos nos arredores.
Parentes das vítimas que foram à sede da empresa se mostraram frustrados. "Eles nos dizem que foi um pouso forçado. Eu sei que o avião caiu", afirmou um colega de um dos desaparecidos, Luis Paolo. "Como pode uma companhia estatal não ter informações?".
O acidente é o mais grave na história da aviação civil de Moçambique desde a misteriosa queda do avião do presidente Samora Machel em1986 na África do Sul, quando morreram 34 pessoas.
Em 2011, a União Europeia proibiu a LAM de voar em seu espaço aéreo. (Com AFP)
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