Ninguém pode expulsar membros do G8, diz chanceler da Rússia
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse em entrevista coletiva em Haia (Holanda), nesta segunda-feira (24), que “o G8 é um clube informal, ninguém dá carteirinhas de sócio e ninguém pode expulsar seus integrantes”. Lavrov se referia à tentativa do Reino Unido e dos Estados Unidos, membros do G8, de excluir a Rússia após a tomada da Crimeia, na semana passada.
Os outros sete membros do grupo --Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Canadá, Japão, Alemanha e França-- se reúnem em Haia nesta segunda-feira. A crise na Ucrânia e a anexação da Crimeia pela Rússia estão entre os principais temas em discussão. O presidente norte-americano, Barack Obama, deve tentar convencer os demais países a deixar a Rússia fora do grupo.
Mais cedo, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, havia anunciado em sua conta no Twitter que a reunião do G8 programada para junho não ocorrerá na cidade russa de Sochi, como previsto, “depois das ações da Rússia na Ucrânia”. A intenção é fazer outro encontro, só com os sete países remanescentes.
De acordo com a agência de notícias RT, Lavrov afirmou que a Rússia não está preocupada em aderir ao modelo do G8 quando os principais problemas mundiais podem ser discutidos em outros encontros internacionais, como o G20.
“Se nossos parceiros do Ocidente acreditam que esse formato se exauriu, deixe estar. Nós não estamos presos a ele”, disse o ministro russo. “De forma geral, existem outras maneiras de discutir muitas questões, incluindo o Conselho de Segurança da ONU, o P5+1 sobre a situação nuclear do Irã”, afirmou Lavrov a jornalistas.
Em paralelo aos eventos em Haia, o chanceler russo teve uma reunião hoje com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ainda sobre a Ucrânia, motivo para o recente ‘esfriamento’ na relação entre EUA e Rússia.
“Nós discutimos a necessidade de alertar as autoridades em Kiev a prestar muita atenção à reforma constitucional, levando em consideração os interesses de todas as regiões ucranianas”, disse Lavrov, acreditando não ser possível superar a atual “profunda crise interna” do país sem uma reforma desse tipo. (com agências internacionais)
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