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Com choro e queixas para a mãe, modelo presa na China volta para casa em SC

Com emoção e choro a modelo Amanda Griza, 19, que ficou presa na China, se reencontra com a família no saguão do aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, nesta segunda-feira (26) - Renan Antunes de Oliveira/UOL
Com emoção e choro a modelo Amanda Griza, 19, que ficou presa na China, se reencontra com a família no saguão do aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, nesta segunda-feira (26) Imagem: Renan Antunes de Oliveira/UOL

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

26/05/2014 21h59

"Ai, mãe" foi a primeira coisa que ela disse. Em seguida, a menina de tranças desabou chorando nos braços dos pais, Elena e Edson Griza.

Foi assim, com emoção e choro,  o reencontro da modelo Amanda Griza, 19, com a família, no saguão do aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, às 21h30 desta segunda (26), depois de 17 dias detida numa cadeia na China. Ele foi libertada no domingo (25) e deportada no mesmo dia.

A modelo trocou um longo e apertado abraço com a mãe --que tinha o corpo praticamente coberto por microfones--, para as câmeras das TVs.

A segunda coisa que ela disse foi "Eu achei que nunca mais ia chegar". Logo após isso, as cerca de 40 pessoas que estavam no saguão bateram palmas e pediram privacidade ao reencontro.

Ela contou que foi bem tratada, mas dormiu no chão com apenas um cobertor. Tinha três refeições por dia. "Foram dois meses e meio dos quais não me arrependo".

Depois de 37 horas de viagem, Amanda desembarcou cansada, sem maquiagem, unhas despintadas e com uma camisa xadrez. Depois da choradeira, começou a rir, começando pelo abraço que deu em agente e empresário.

Amanda chegou a fazer alguns trabalhos em Pequim antes de ser detida, mas não quis comentar se a aventura na China rendeu dinheiro ou causou prejuízo. A mãe disse que foi "elas por elas".

Everaldo Antunes, 40, o agente abraçado que é representante da agência Ford em Santa Catarina, acha que ela vai sair valorizada do episódio "pela exposição na mídia". Mas titubeou em seguida e se emendou: "Ainda é cedo pra saber".

Durante o período que passou presa, a modelo recebeu a visita da diplomata brasileira Carmelita Pollicott, que garantiu à família que Amanda estava bem. A demora de 17 dias foi uma banalidade para questões do tipo, envolvendo polícia e diplomatas. 

Amanda foi presa em Pequim em 8 de maio, durante uma operação da polícia chinesa contra trabalhadores ilegais no país.

Outras 59 modelos, de várias nacionalidades, também foram detidas. No momento da abordagem pelas autoridades ela conseguiu ligar para os pais em Balneário Camboriú (80 km de Florianópolis) e informá-los da situação.

A família começou então um movimento para obter sua libertação. O pai dela, o empresário Edson Griza, 48, buscou apoio do deputado federal Vieira da Cunha (PDT-RS), membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Ele fez gestões com o Itamaraty e com a Embaixada da China em favor da modelo.

Segundo o pai, Amanda viajou para a China em fevereiro, tendo em mãos um contrato de 120 dias, com um visto de trabalho obtido no Consulado da China em São Paulo: "Minha filha estava legal no país".

Ele disse que se houve alguma trapalhada na ida de Amanda para o país asiático, ela foi feita pela agência de modelos que a contratou.

A modelo é gaúcha e mora com a família em Santa Catarina desde 2007. Seu visual é uma mistura do sangue italiano do pai e alemão e russo da mãe. Ela é do signo de Áries. Tem um 1,80 m e declarava peso de 60 quilos - talvez um pouco menos agora, após os dias na prisão chinesa. O cabelo é castanho claro e tem olhos azuis.

Amanda trabalha como modelo desde os 11 anos. Ela começou a carreira fotografando para uma concessionária da General Motors, em Osório (100km de Porto Alegre). Em 2009, aos 14, já em Balneário Camboriú, ela retomou a carreira. Fez parte das agências Ford e M2.