Primeira guerra mundial foi a 'primeira' em muitos sentidos; entenda
Do UOL, em São Paulo
23/06/2014 06h00
Em 28 de julho de 1914, o conflito que viria a ser chamado de Primeira Guerra Mundial iniciou-se com a invasão austro-húngara da Sérvia, seguida pela invasão alemã de Bélgica, Luxemburgo e França, e pelo ataque russo contra a Alemanha.
Esta foi a primeira grande guerra em muitos sentidos. As principais potências mundiais se dividiram em duas alianças opostas. De um lado, os Aliados (a Tríplice Entente de Reino Unido, França e Rússia, mais a Itália); do outro, os Impérios Centrais (Alemanha, o Império Áustro-Húngaro e o Império Otomano).
O tanque, inventado pelos ingleses, fez sua estreia em batalha em Somme, nordeste da França, em setembro de 1916. Foi a primeira utilização também do gás venenoso, usado pelos alemães desde abril de 1915 em Ypres, Bélgica.
Outra inovação foi a guerra aérea, que começou em 1914, e a guerra marítima com os submarinos alemães em 1915, no Mar do Norte.
Mais de 1,3 bilhão de projéteis de artilharia, canhões, obuses e morteiros foram usados durante o conflito, mostrando o papel essencial da artilharia, incluindo o famoso canhão Big Bertha. Bombardeios causaram 70% da morte de militares.
O uso de capacetes metálicos aumentou, mas não fez tanto efeito. Os soldados voltavam para casa amputados, mutilados, envenenados, cegos e desfigurados. Muitos sofreram horríveis ferimentos no rosto, mas foram beneficiados pela evolução das cirurgias, como enxertos e implantes, e a modernização do sistema sanitário.
A psiquiatria ajudou centenas de soldados que sofreram com estresse pós-traumático.
As nações em guerra criaram instrumentos de censura e propaganda para o controle da informação. Cartazes, jornais, quadrinhos, fotos e cinema foram utilizados para aumentar o sentimento nacionalista e demonizar o inimigo, incluindo censores que vigiavam os subversivos em teatros e salas de concertos.
Com os homens na linha de frente, as mulheres partiram para o mercado de trabalho, como motoristas, entregadoras de carvão ou operárias em fábricas de munições.
Muitas provaram pela primeira vez o gosto da emancipação.
O Tratado de Versalhes criou em 1919 a Sociedade de Nações, que se transformou nas Nações Unidas e que falhou em sua missão de impedir a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945).
Aquela que seria "o fim de todas as guerras" tem também uma triste primeira vez, que marcou o século 20: o genocídio armênio e os abusos sistemáticos contra a população civil, que custou milhões de vidas. (Com AFP)