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Nenhum brasileiro foi ferido nos ataques a igrejas do Níger, diz Itamaraty

Protesto contra as charges da "Charlie Hebdo" tomam as ruas de Niamey - Boureima Hama/ AFP
Protesto contra as charges da "Charlie Hebdo" tomam as ruas de Niamey Imagem: Boureima Hama/ AFP

Do UOL, em São Paulo

21/01/2015 11h40

O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quarta-feira (21) que nenhum brasileiro foi ferido nos enfrentamentos registrados nos últimos dias na República do Níger.

"A Embaixada do Brasil em Cotonou, capital da República do Benin, responsável pelas relações com a República do Níger, mantém contato constante com a comunidade brasileira naquele país, que totaliza 33 pessoas, todos missionários e familiares", diz a nota.

Segundo o Itamaraty, a situação em Niamey, capital nigerina, "mostra-se mais calma desde a segunda-feira (19)", depois que dois templos evangélicos administrados pela ONG americana World Horizon, dois templos administrados pela Igreja Presbiteriana Viva de Volta Redonda e a missão Casa Guerreiro de Deus, onde a comunidade brasileira trabalha, foram destruídos.

A Embaixada do Brasil em Cotonou também mantém contato permanente com o governo do Níger, de acordo com o texto, e "manifestou preocupação com a segurança da comunidade brasileira".

Os ataques aos estabelecimentos cristãos coordenados por missionários brasileiros em Niamey aconteceram durante protestos contra a publicação de charges do profeta Maomé na última edição da revista satírica francesa "Charlie Hebdo", que têm como alvo símbolos religiosos não islâmicos.

Desde a última sexta-feira (16), mais de 20 igrejas cristãs e não cristãs foram atacadas por manifestantes islâmicos em várias cidades do país no norte da África. Dez pessoas morreram.

"A devastação foi completa. Até animais de estimação foram queimados vivos", disse à DW Brasil o encarregado de negócios da embaixada brasileira em Benim, João Carlos Zanini. “Pedimos que eles [os brasileiros] se reunissem em poucas casas para facilitar uma eventual evacuação. Mas esse seria um caso extremo. A expectativa é de que não cheguemos a esse nível”, afirmou.