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Secretário de Justiça de Trump diz que acusação de ligação com russos é "mentira detestável"

13.jun.2017 - O secretário da Justiça dos EUA, Jeff Sessions, presta testemunho a comissão no Senado em Washington Imagem: Saul Loeb/AFP

Do UOL, em São Paulo

13/06/2017 16h08Atualizada em 13/06/2017 18h10

Em seu depoimento para a Comissão de Inteligência do Senado sobre o envolvimento da Rússia nas eleições americanas do ano passado, o secretário de Justiça, Jeff Sessions, negou nesta terça-feira (13) ter tido qualquer encontro não divulgado oficialmente com autoridades russas.

"Nunca tive qualquer encontro ou conversa com qualquer russo" em relação a qualquer tipo de interferência com as eleições nos EUA, disse. "Sugerir que participei em qualquer conluio para prejudicar esse país, ao qual eu servi com honra por 35 anos, é uma mentira terrível e detestável", afirmou, lembrando que esteve no Senado desde 1997 até ser convidado por Trump para assumir o Departamento de Justiça. Ele disse ainda que não tem qualquer informação sobre a investigação "além do que foi publicado".

O secretário de Justiça se recusou a comentar uma série de perguntas sobre conversas que teve com Trump, incluindo sobre a forma como o ex-diretor do FBI James Comey conduziu a investigação sobre a Rússia.

Diversos senadores democratas o acusaram de estar obstruindo a investigação do Comitê do Senado ao recusar-se a comentar seus encontros com Trump. "Estou protegendo o direito constitucional do presidente", disse Sessions.

Sessions disse ainda que não teve um terceiro encontro com o embaixador russo, Sergei Kislyak, como foi revelado pela imprensa americana. "Não tive nenhum encontro privado com qualquer autoridade russa no hotel Mayflower" em abril de 2016, disse. "Se houve alguma interação rápida na recepção, não me lembro. Mas o mais importante é que nunca me encontrei ou tive qualquer conversa com autoridades russas ou de outros países com relação à eleição ou à campanha nos Estados Unidos."

Sessions admite os dois encontros que foram registrados, um durante a Convenção do Partido Republicano, em julho do ano passado, e outro em setembro em seu gabinete no Senado.

"Falsos ataques, insinuações, os vazamentos, você pode ter certeza de que não me intimidarão. Esses incidentes só fortaleceram minha determinação", afirmou.

Ele disse que se declarou impedido de participar da investigação sobre o suposto conluio com a Rússia por causa de uma norma do Departamento de Justiça que impede que membros que tenham participado da campanha eleitoral, como foi seu caso, comandem inquéritos envolvendo as campanhas. Sessions disse ainda confiar no trabalho do promotor especial independente, Robert Mueller, e negou qualquer contato prévio com ele.

Mas ele negou que a decisão tenha sido motivada por alguma irregularidade que ele tenha cometido.

Demissão do ex-diretor do FBI

A polêmica demissão de James Comey do FBI também foi um assunto debatido algumas vezes na audiência. Sessions admitiu ter participado da decisão de demitir Comey e negou que isso tenha violado seu impedimento sobre a investigação do conluio. 
 
Confrontado com a afirmação de Trump de que decidiu demitir Comey por causa da investigação da Rússia --o que impediria que Sessions participasse dessa decisão--, o secretário afirmou que apenas deu sua opinião sobre o trabalho de Comey --que, de acordo com ele, era repleto de falhas. Sessions citou, inclusive, a investigação do FBI sobre os e-mails de Hillary Clinton, que gerou muitas críticas a Comey, como um exemplo das falhas do ex-diretor.
 
"Eu e Rosenstein [vice-secretário de Justiça] tínhamos a visão de que era necessário um novo começo no FBI. Quando o sr. Comey disse que não haveria acusação sobre Hillary Clinton, ele usurpou a autoridade dos procuradores federais do Departamento de Justiça. Foi assombroso. Ele também comentou bastante sobre o caso, o que é algo que ele não deveria fazer", disse.
 
Sessions negou ter ficado em silêncio quando Comey pediu que o secretário de Justiça nunca mais o deixasse sozinho com o presidente americano. O secretário disse ter recomendado ao ex-diretor do FBI que ele e demais funcionários do departamento deveriam seguir o protocolo adequado em suas comunicações com a Casa Branca.

Sessions afirmou não saber se as conversas na Casa Branca são gravadas --uma referência a uma citação de Trump, pouco após a demissão de Comey, sugerindo que poderia ter gravado sua própria conversa com o ex-diretor do FBI.

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