Quatro palestinos morrem e dezenas ficam feridos em confrontos com forças de Israel
![15.dez.2017 - Palestinos correm após início de confronto com as forças israelenses durante um protesto na Faixa de Gaza - AP Photo/Adel Hana](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/dc/2017/12/15/15dez2017---palestinos-correm-apos-inicio-de-confronto-com-as-forcas-israelenses-durante-um-protesto-na-faixa-de-gaza-1513361476259_615x300.jpg)
Os confrontos entre manifestantes palestinos com as forças de segurança de Israel deixaram ao menos quatro mortos e mais de 80 feridos nos territórios da Cisjordânia e Faixa de Gaza nesta sexta-feira (15).
A onda de protestos palestinos, que agora soma oito mortos, é motivada pelo reconhecimento norte-americano de Jerusalém como capital de Israel, feito há cerca de dez dias pelo presidente Donald Trump. Os movimentos palestinos tinham convocado para hoje o que foi chamado de "dia de fúria" em protesto contra a decisão americana.
Dois palestinos morreram após serem atingidos por tiros de soldados de Israel na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde da Palestina, onde o grupo palestino Hamas convocou uma revolta contra Israel.
O confronto começou quando um grupo de palestinos chegou à região fronteiriça e começou a jogar pedras e coquetéis molotov contra os soldados.
Um deles é Ibrahim Abu Thraya, 29, que tinha as duas pernas amputadas e ia aos protestos usando uma cadeira de rodas. O outro manifestante morto ainda não foi identificado.
Na Cisjordânia, os protestos também deixaram dois mortos.
Depois de atacar um policial de fronteira israelense com uma faca em Ramallah, apunhalando o oficial duas vezes, Mohamed Aqal, de 29 anos, foi atingido por três tiros e morreu.
Ele usava um colete de explosivos, aparentemente falso. O policial atingido sofreu ferimentos leves.
O outro palestino morto foi identificado como Bassel Ismail, 24, em Anata, na Cisjordânia.
O Exército israelense disse que cerca de 2.500 palestinos participaram protestos na Cisjordânia, colocando fogo em pneus, e jogando bombas e pedras contra soldados e policiais de fronteira.
Em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia, manifestantes carregaram bandeiras palestinas e entoaram o coro "Jerusalém é árabe". Alguns atiraram garrafas de água na polícia, segundo a agência Associated Press.
Na cidade de Nablus, os ativistas usaram estilingues para atingir as forças de segurança de Israel com pedras, além de queimar pneus.
"Nova Intifada"
Anunciada em 6 de dezembro, a decisão de Trump de romper com décadas de diplomacia americana e internacional provocou manifestações e choques diários nos territórios palestinos.
Milhares de muçulmanos em todo o mundo também protestaram, queimando bandeiras americanas e israelenses e pisoteando retratos do presidente norte-americana.
Depois de convocar uma "nova Intifada" após o anúncio de Trump, o Hamas pediu na quinta-feira (14) que cada sexta-feira seja um "dia de fúria".
O Hamas convocou os palestinos a lançar pedras contra o muro de cimento e de metal que bloqueia as fronteiras israelenses de Gaza - território governado pelo Hamas.
Na Cisjordânia - separada da Faixa de Gaza pelo território israelense e destinada a um dia formar com ela um Estado palestino independente-, jovens palestinos vêm enfrentando os soldados israelenses com pedras, diariamente. Os militares respondem com balas reais, ou de borracha.
Em cada um desses protestos, o número de manifestantes raramente passou de algumas centenas.
Para os palestinos, o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel nega a identidade árabe de Jerusalém Oriental, anexada e ocupada por Israel, e mina suas aspirações de um dia estabelecer, nesse local, a capital de seu futuro Estado.
Uma recente pesquisa do Centro Palestino de Pesquisa Política afirma que 45% dos palestinos é favorável a uma revolta popular para resolver o velho conflito com Israel.
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