Após polêmica com racismo em anúncios, lojas da H&M são vandalizadas na África do Sul
Do UOL, em São Paulo
13/01/2018 14h44
Manifestantes revoltados com o anúncio considerado racista feito pela rede de lojas sueca H&M na internet vandalizaram várias lojas da marca ao redor da África do Sul neste sábado (13). Um grupo conhecido como EFF (Lutadores da Liberdade Econômica, na sigla em inglês) atacou seis lojas da H&M na província de Gauteng, Onde fica Joanesburgo.
Foram destruídas vitrines, manequins foram derrubados e roupas ficaram jogadas pelo chão, informou a polícia local. Em um dos locais, a polícia dispersou os manifestantes com balas de borracha.
O ativista Floyd Shivambu publicou fotos de um ataque a uma loja da H&M em um shopping de Joanesburgo. "Aquela loja de roupas sem noção da H&M está enfrentando as consequências de ser racista", escreveu ele na rede social. "Todas as pessoas racionais deveriam concordar que eles não podem mais operar na África do Sul. Parabéns aos Lutadores, que confrontaram fisicamente o racismo", completou.
Nesta semana, a H&M emitiu um comunicado onde pede desculpas pelo ocorrido, após ter enfrentado diversas críticas ao redor do mundo após o episódio. No anúncio que gerou revolta, um menino negro aparece vestido com um agasalho onde está escrito "Coolest monkey in the jungle" (Macaco mais legal da selva). A propaganda foi retirada do ar e o agasalho, de circulação.
O porta-voz dos EFF, Mbuyiseni Ndlozi, disse que o pedido de desculpa era muito pouco e veio muito tarde. "O tempo de pedir desculpas por racismo acabou; tem de haver consequências para o racismo contra os negro, ponto final", afirmou o porta-voz dos manifestantes.
A H&M não comentou os ataques. Em sua página sul-africana na internet, a marca reproduz o pedido de desculpas. "Nossa posição é simples, nós cometemos um erro e lamentamos profundamente", diz a nota oficial.
A polícia informou que monitora os protestos, mas que não prendeu ninguém. Na África do Sul, protestos contra grandes corporações possuem um histórico de violência. No ano passado, motoristas do aplicativo Uber tiveram seus carros incendiados por taxistas em várias cidades.
(Com agências internacionais)