Martín Vizcarra assume a presidência do Peru após renúncia de Kuczynski
Do UOL, em São Paulo
23/03/2018 15h13Atualizada em 23/03/2018 15h51
O primeiro vice-presidente do Peru Martín Vizcarra tomou posse como presidente do país nesta sexta-feira (23) afirmando que a prioridade de seu governo será a luta contra a corrupção. Ele assume o cargo após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski (PPK) ser aceita pelo Congresso.
O novo presidente afirmou que anunciará nos próximos dias o novo gabinete ministerial e que pretende tirar o Peru da atual crise, retomando a estabilidade institucional e recuperando a governabilidade do país. "Estamos que sejam esclarecidas as responsabilidades e que qualquer tipo de irregularidade seja punida de acordo com a lei. A Justiça deve agir com independência, responsabilidade e rapidez. Mas, ao mesmo tempo, o que aconteceu deve marcar o ponto final de uma política de ódio e confronto", disse Vizcarra, referindo-se aos confrontos entre PKK e o Congresso opositor.
Vizcarra, que também é o embaixador do Peru no Canadá, vai completar o atual mandato presidencial, que termina em julho de 2021. Ele tornou-se presidente após meses de crise política devido aos vínculos de empresas ligadas a Kuczynski com a construtora Odebrecht.
Vizcarra foi chamado por Kuczynski para integrar sua chapa como vice-presidente nas eleições de 2016 devido a seus dotes para desativar conflitos sociais, em um país onde é frequente a reclamação das comunidades por mais benefícios pela exploração dos recursos naturais.
Renúncia por corrupção
O documento de renúncia aprovado pelo Congresso, controlado pela oposição, "rejeita os fatos e qualificações que Pedro Pablo Kuczynski Godard expressa em sua carta de renúncia, já que não admite que a atual crise política que o levou a renunciar seja consequência de atos impróprios em que o próprio presidente incorreu e que estão expostos de forma sustentável".
Em sua carta de renúncia, apresentada na quarta-feira, Kuczynski afirmou que tomava essa decisão devido ao "clima de ingovernabilidade" que, segundo ele, afeta o país e "não o permite avançar". Além disso, o presidente denunciou a "grave distorção do processo político" causada pela divulgação dos vídeos e áudios que, segundo ele, o faziam "parecer injustamente como culpado de atos" nos quais ele não tinha participado.