Jogador que matou cheerleader diz que assassinato foi 'pegadinha' que não deu certo
Nesta semana, teve início em Knoxville, no Tennessee (EUA), o julgamento de William Riley Gaul, um jogador universitário de futebol norte-americano acusado de ter assassinado sua ex-namorada, a cheerleader Emma Walker, 16, em novembro de 2016. Tanto a acusação quanto a defesa concordam que o rapaz, com 18 anos à época, foi o responsável por puxar o gatilho da arma que disparou os tiros que mataram a jovem.
No entanto, ele alega que não teve a intenção de cometer o homicídio e que queria, na verdade, forjar um cenário para reconquistar a ex.
Walker foi baleada enquanto dormia e foi encontrada pela mãe, Jill Walker, já morta, pela manhã. Segundo a promotoria, Gaul se vestiu de preto "da cabeça aos pés" e atirou na direção do quarto da ex-namorada por volta das 3h da manhã (hora local) do dia 21 de novembro de 2016. O atleta usou uma arma roubada de seu avô. Um dos tiros atingiu a jovem na cabeça, atrás da orelha esquerda. Dois buracos causados pelas balas foram encontrados nas paredes do quarto.
O pai de Walker, Mark Walker, chegou a ouvir os tiros, mas achou que era apenas o barulho de uma porta batendo. Ele chegou a entrar no quarto da filha, mas achou que ela estava apenas dormindo, já que não notou o sangue que escorria da cabeça dela.
Para o promotor do condado de Knox Kevin Allen, Gaul é um "assassino de coração frio" que premeditou o crime. Segundo ele, o atleta estava furioso com o fim do relacionamento de dois anos que teve com a jovem. No entanto, a defesa diz que o rapaz, que na época jogava futebol americano universitário pela Maryville College, não teve a intenção de matar a ex-namorada.
De acordo com o advogado Wesley Stone, que defende Gaul, o rapaz atirou contra a casa de Walker para forjar uma cena. Ela se assustaria com os tiros e ele viria para seu resgate, "seria seu herói".
"Assassinato em primeiro grau requer uma intenção de matar. Alguns de nós mais familiarizados com armas sabemos o que vai acontecer quando atiramos contra uma parede. A bala vai perfurar a parede. Mas, alguns de nós não sabemos", disse Stone diante do júri, segundo a AP.
Essa não teria sido a primeira vez que Gaul teria forjado uma situação para chamar a atenção de Walker. Na sexta-feira anterior ao dia do assassinato, Walker estava na casa de um amigo comemorando a vitória do time de futebol americano da escola onde era cheerleader quando começou a receber mensagens de texto pelo celular de um número desconhecido. O SMS dizia para que ela saísse da casa sozinha e fosse para o carro, já que o autor da mensagem manteria alguém de que ela gostava muito como refém.
"Nós estamos com ele. Se você não se importa mais com ele, essa mensagem não vai te incomodar. Se chamar a polícia, ele morre. A escolha é sua", dizia o texto.
A jovem saiu da casa com amigos e encontrou Gaul deitado no chão. Ele disse que havia recebido uma pancada na cabeça e que não se lembrava de nada. Depois, contou que os sequestradores o mandaram ligar para a ex-namorada.
No dia seguinte, Walker estava em casa quando um homem vestindo uma roupa toda preta e com o rosto coberto bateu na porta. Assustada, a jovem ligou para Gaul a ajudar. Os amigos dela dizem que o ex-namorado forjou as duas situações para se reaproximar da jovem.
O namoro dos dois começou na escola. Walker era dois anos mais novo que Gaul. No começo, tudo correu bem. Mas, depois, segundo os pais dela, o relacionamento começou a ficar estranho. O atleta passou a agir de uma forma agressiva.
Os pais de Walker encorajaram a jovem a terminar o namoro, considerado "tóxico" por quem convivia com eles. No entanto, Gaul nunca aceitou muito bem o fim.
Na noite da morte de Walker, Gaul tentou falar com ela 64 vezes em um intervalo de meia hora, desde as 23h40. Horas depois, ela foi baleada. (Com AP)
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