Ucrânia diz que fingiu morte de jornalista russo para prender suspeito
O jornalista russo Arkady Babchenko, que havia sido declarado morto na Ucrânia na última terça-feira (29), apareceu nesta quarta-feira em uma coletiva de imprensa em Kiev, capital ucraniana. Sua morte foi encenada, de acordo com as autoridades, como uma estratégia da investigação para evitar seu assassinato.
O governo de Kiev e a polícia federal disseram na terça-feira que Babchenko, forte opositor do Kremlin, havia sido baleado nas costas diversas vezes em seu apartamento.
No entanto, nesta quarta, o chefe do serviço de segurança ucraniano, Vasily Gritsak, afirmou que a agência fingiu a morte do jornalista como uma estratégia da investigação para evitar o assassinato de Babchenko.
Antes de o jornalista aparecer, Gritsak disse que os investigadores haviam identificado um cidadão ucraniano que teria recebido US$ 40 mil (cerca de R$ 150 mil) do serviço secreto russo para organizar a execução de Babchenko. O homem não identificado, por sua vez, teria contratado um conhecido que lutou na guerra separatista ucraniana para realizar o crime.
A polícia disse ter prendido uma pessoa em decorrência da operação, segundo o jornal britânico The Guardian, mas ainda não foi divulgada a identidade do suspeito.
O jornalista apareceu na coletiva de imprensa e agradeceu a todos que estavam tristes com sua "morte" e se desculpou com amigos e parentes. Aparentemente ele não havia informado nem mesmo aos familiares mais próximos sobre o plano.
"Ainda sigo vivo", disse o jornalista, que admitiu que cooperou nos últimos dois meses com o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, por sua sigla em ucraniano), em uma operação para evitar um atentado dos serviços secretos russos contra sua vida.
Quem é o jornalista
Babchenko, 41, deixou a Rússia no início de 2017 após receber ameaças de morte e, depois de passar vários meses em Praga, na República Tcheca, se instalou em Kiev.
Ex-militar profissional que lutou nas duas campanhas da Chechênia, Babchenko se tornou correspondente de guerra para o jornal "Moskovski Komsomolets" e, mais tarde, passou a escrever para o jornal opositor "Novaya Gazeta", no qual teceu abertamente críticas ao regime do presidente Vladimir Putin.
O jornalista foi protagonista de várias polêmicas, como quando afirmou que não lamentava a morte dos 92 ocupantes do avião que caiu em 2016, que voava para a Síria com os integrantes do coral e do grupo de dança Ensemble Alexandrov do exército russo.
(Com informações da AP e EFE)
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