Trump recua e diz que encerrará separação de famílias de imigrantes nas fronteiras
Do UOL, em São Paulo
20/06/2018 13h51
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (20) que tomará medidas para manter juntas as famílias que cruzam ilegalmente a fronteira do país, o que encerraria a polêmica política "tolerância zero" de separar crianças imigrantes de seus pais.
"Estamos procurando uma maneira de manter as famílias juntas. É muito importante. Vamos assinar uma ordem executiva", disse Trump diante de repórteres na Casa Branca.
Veja também:
- Como são as 'jaulas' em que os EUA mantêm as crianças imigrantes
- EUA deixam Conselho de Direitos Humanos da ONU
"Vamos manter as famílias juntas, mas ainda teremos que manter a firmeza, ou nosso país será atropelado por pessoas que não deveriam estar no nosso país, por crimes, por todas as coisas que não defendemos e não queremos", disse o presidente americano.
"Vamos manter as famílias juntas, mas também temos que manter nossas fronteiras sólidas",
Donald Trump
Trump não esclareceu qual será o conteúdo do decreto presidencial que encerraria a política, mas disse esperar que a medida seja acompanhada de uma legislação do Congresso.
"Tolerância zero" afetou milhares de crianças, incluindo brasileiros
O Departamento de Justiça do EUA adotou a política de tolerância zero à imigração em maio. De acordo com as novas medidas, pessoas pegas tentando entrar ilegalmente nos EUA são processadas criminalmente e enviadas a detenções. Como as crianças não podem ser presas, mais de 2.000 menores acabaram sendo separadas de suas famílias.
As crianças ficam sob custódia transitória das autoridades americanas de controle de fronteira antes de serem transferidas para a guarda do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que opera mais de 100 abrigos para menores em 17 estados.
A ideia inicial era manter os menores o mais perto possível dos pais e reunir a família depois que o caso passar pelos tribunais, segundo Steven Wagner, secretário assistente do Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Mas até agora é incerto se isso está funcionando.
A medida também afetou pelo menos oito crianças brasileiras, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. (Com agências internacionais)