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Após violência na fronteira, Planalto diz estar 'comprometido com integridade de brasileiros e venezuelanos'

Brasileiros protestam queimando pneus em Paracaima (RR), na fronteira com a Venezuela - Avener Prado/Folhapress
Brasileiros protestam queimando pneus em Paracaima (RR), na fronteira com a Venezuela Imagem: Avener Prado/Folhapress

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

19/08/2018 16h07

Após episódios de violência contra refugiados na região da fronteira com a Venezuela em Roraima, o governo do presidente Michel Temer (MDB) emitiu uma nota na qual afirma estar "comprometido com a integridade de brasileiros e venezuelanos" e diz estar atento à situação.

"O governo federal, atento à segurança e ao bem-estar dos brasileiros de Roraima, tem envidado esforços abrangentes para apoiá-los, reduzindo o impacto do afluxo migratório sobre a população local. Para tanto, já tomou providências que somam mais de R$ 200 milhões", diz o comunicado.

"O governo federal está comprometido com a proteção da integridade de brasileiros e venezuelanos", afirma o texto do Palácio do Planalto.

Temer se reuniu na manhã deste domingo (19) com ministros do governo para discutir a situação dos venezuelanos em Roraima. A reunião foi realizada no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Participaram da reunião os ministros Raul Jungmann (Segurança Pública), general Joaquim Silva e Luna (Defesa), general Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Rossieli Soares (Educação), Moreira Franco (Minas e Energia) e o secretário-geral das Relações Exteriores, Marcos Galvão. 

19.ago.2018 - Reunião de emergência com ministros e o presidente Michel Temer para discutir a situação na fronteira de Roraima com a Venezuela após episódios de violência; à frente, estão Moreira Franco e Raul Jungmann - Alan Santos/Presidência da República - Alan Santos/Presidência da República
Reunião com ministros e o presidente Michel Temer para discutir a situação na fronteira de Roraima com a Venezuela após episódios de violência; à frente, estão Moreira Franco e Raul Jungmann
Imagem: Alan Santos/Presidência da República

Entenda o caso

No sábado (18), a cidade de Pacaraima, em Roraima, se tornou palco de conflitos entre brasileiros e venezuelanos. 

Grupos de brasileiros perseguiram refugiados venezuelanos que vivem na cidade e queimaram seus pertences.

Alguns refugiados foram agredidos com pedaços de paus e expulsos das tendas que ocupavam na região da fronteira do Brasil com a Venezuela.

A onda de violência começou a partir de uma manifestação contra a imigração venezuelana na manhã deste sábado (18), convocada após um comerciante local ser espancado, segundo a polícia, por quatro venezuelanos, e ter R$ 23 mil e celulares roubados.

Brasileiros atiraram pedras em um grupo de venezuelanos, os levando a recuar para dentro do território da Venezuela.

Membros da guarda venezuelana na fronteira dispararam tiros de advertência para evitar a piora da situação. Venezuelanos passaram a quebrar carros de brasileiros na divisa.

O Ministério da Segurança Pública informou que enviará a Pacaraima, na segunda-feira (20), um efetivo extra de 120 homens da Força Nacional de Segurança.

Após o episódio, o governo da Venezuela pediu ao governo brasileiro que proteja seus cidadãos. 

A Chancelaria venezuelana se comunicou com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), segundo nota divulgada pelo governo de Caracas, e pediu às autoridades brasileiras as "garantias correspondentes aos nacionais venezuelanos e que tome as medidas de proteção e segurança de suas famílias e bens".

A Chancelaria também manifestou sua "preocupação com as informações que confirmam ataques a imigrantes venezuelanos, assim como desalojamentos em massa", atos que "violentam normas do direito internacional".