Universidade no Egito desiste de suspender casal que se abraçou em público
Do UOL, em São Paulo
18/01/2019 04h01
Duas universidades do Egito reintegraram dois estudantes que haviam sido punidos pelo "ato imoral" de se abraçarem em público. Um vídeo que viralizou na internet mostra o casal celebrando o noivado com um abraço e um buquê de flores. As informações são do jornal inglês "The Guardian".
O casal não teve o nome divulgado. O homem estuda direito na Universidade Mansoura, onde o abraço foi dado. E a mulher é aluna de árabe na Universidade Al-Azhar.
A estudante foi expulsa em 13 de janeiro quando um comitê disciplinar a acusou de violar os valores da universidade. Na televisão, Ahmed Zarie, porta-voz da Universidade Al-Azhar, afirmou que, embora a estudante não estivesse nas instalações de sua universidade, ela havia "cometido um ato imoral que a instituição, assim como as tradições da sociedade, recusam".
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A punição, no entanto, foi cancelada no dia seguinte quando o grande imã de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, instou a comissão disciplinar a "reconsiderar a punição". O clérigo pediu que a universidade "ofereça conselhos e orientação antes de recorrer a punições". Apesar de não ter sido expulsa, a estudante foi impedida de fazer os exames do primeiro semestre.
A Universidade Al-Azhar é uma instituição islâmica sunita que não permite que estudantes do sexo masculino e feminino se misturem.
O aluno foi encaminhado para para uma audiência disciplinar por quebrar "valores universitários e moral" e, finalmente, foi suspenso por dois anos pela Universidade Mansoura.
Por causa do forte apelo popular do caso --o casal ganhou a simpatia da opinião pública--, o ministro da Educação do Egito, Khaled Abdel Ghaffar, prometeu intervir na situação para reduzir a punição do casal.
Por isso, o comitê da Universidade Mansoura apenas suspendeu o aluno de realizar os exames do primeiro semestre.
Na imprensa egípcia, muitos comemoraram a redução da penalidade, em um país onde demonstrações públicas de afeto são desencorajadas.