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Líder de movimento antimáscara morre de covid-19 aos 30 anos nos EUA

Do UOL, em São Paulo

29/08/2021 19h15Atualizada em 30/08/2021 11h20

O líder de um movimento antimáscaras nos Estados Unidos, Caleb Wallace, morreu aos 30 anos de covid-19, conforme informou ontem a mulher dele, Jessica Wallace. A notícia foi publicada em uma página de campanha virtual criada por Jessica para arrecadar fundos com intuito de pagar os custos de saúde do marido, que estava internado com a doença desde o dia 30 de julho.

"Caleb morreu em paz. Ele viverá para sempre em nossos corações e mentes", escreveu a mulher na página da campanha. Wallace, que residia em San Angelo, no Texas, foi o fundador do grupo "The San Angelo Freedom Defenders" (Defensores da Liberdade de San Angelo, em tradução livre).

O objetivo dos integrantes é "educar e capacitar os cidadãos a fazerem escolhas informadas sobre a política local, estadual e nacional e encorajá-los a participar ativamente de seu dever de garantir direitos dados por Deus e protegidos constitucionalmente", conforme reportou o The New York Daily News.

Ele chegou a organizar um comício antimáscaras no dia 4 de julho do ano passado, chamado "The Freedom Rally". Mais tarde, em dezembro, publicou uma mensagem na página oficial do grupo defendendo que as máscaras não eram eficazes para prevenir contra a covid-19. Apesar da crença, o uso da proteção é recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no combate à pandemia e reforçado por estudos.

Segundo o Huffington Post, Wallace começou a sentir os sintomas da covid-19 no dia 19 de julho deste ano, mas a mulher afirmou que ele se recusou a fazer o teste e começou a se medicar por conta própria com aspirina, zinco, vitamina C e ivermectina, medicamentos que não têm comprovação científica em relação à doença.

wallace - Reprodução/GoFundMe - Reprodução/GoFundMe
Caleb Wallace ao lado da mulher, Jessica Wallace, e das três filhas
Imagem: Reprodução/GoFundMe

"Ele era tão teimoso", disse Jessica ao San Angelo Standard-Times. "Ele não queria ver um médico, porque não queria fazer parte das estatísticas com os testes da covid-19".

Ela ainda contou que o marido "não conseguia respirar sozinho" e, após ser hospitalizado, precisou do apoio de oxigênio e ventilação para melhorar a sua condição.

Wallace deixa três filhas e a mulher, grávida de uma quarta criança, cujo nascimento está previsto para setembro.