Promotoria pede prisão perpétua a jovem que matou 4 em escola americana
Do UOL, em São Paulo
15/11/2022 17h05Atualizada em 15/11/2022 23h44
O Ministério Público de Michigan, nos Estados Unidos, informou que vai pedir prisão perpétua sem chance de liberdade condicional a um garoto de 16 anos que matou quatro colegas em uma escola do estado. Ele já confessou culpa pelos crimes de assassinato e terrorismo.
A promotoria divulgou sua intenção na segunda-feira (14), três semanas depois que Ethan Crumbley, 16, reconheceu sua culpa no crime cometido na Oxford High School em novembro do ano passado.
Crumbley declarou-se culpado de todas as 24 acusações, informou reportagem da agência de notícia AP (Associeted Press). O julgamento está programado para começar em fevereiro.
"Uma sentença de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional é apropriada neste caso", afirmou o promotor assistente do condado de Oakland, Marc Keast.
Apesar do pedido, uma lei estadual permite que penas de prisão para adolescentes incluam a possibilidade de liberdade condicional após uma sentença mínima de 25 anos.
A advogada do adolescente, Paulette Michel Loftin, disse que ficou desapontada com o pedido de prisão perpétua.
A audiência "dará ao tribunal, assim como ao público, uma boa visão interna da difícil vida doméstica de Crumbley e dos desafios que ele estava enfrentando", disse ela à AP.
Crime aos 15 anos
O garoto tinha apenas 15 anos na época em que cometeu o crime na Oxford High School, cerca de 50 quilômetros ao norte de Detroit, cidade de Michigan. Na ocasião, quatro alunos foram mortos e outros seis estudantes e um professor ficaram feridos.
Seus pais, James e Jennifer Crumbley, estão presos sob a acusação de homicídio involuntário.
Quando se declarou culpado, o rapaz disse que seu pai comprou a arma para ele com o próprio dinheiro do adolescente poucos dias antes do crime, e negou que a pistola estivesse trancada em um local seguro dentro de casa.
O crime. O adolescente levou a pistola Sig Sauer 9mm e 50 cartuchos de munição para a escola em sua mochila. Ainda naquele dia, um professor descobriu um desenho feito pelo garoto em que se via uma arma apontando para as palavras: "Os pensamentos não param. Ajude-me." Outra imagem de uma bala trazia a mensagem: "Sangue por toda parte".
Comunicados, os pais do garoto se recusaram a levar o filho para casa. Mais tarde, Crumbley foi ao banheiro da escola, sacou a arma e começou a atirar.
Os pais pediram acesso aos laudos sobre o estado mental do filho porque acreditam que as informações ali contidas podem ajudá-los em sua defesa.
"Os Crumbleys sustentam que não tinham nenhuma razão para acreditar que o atirador tinha problemas de saúde mental que exigiriam tratamento", disseram os advogados de defesa na segunda-feira. "Eles admitem que seu filho estava triste com a perda de seu cachorro, sua avó e um amigo que havia se mudado recentemente."