'Não sabia o que levava', diz defesa de paraense presa com cocaína em Bali
A defesa da jovem brasileira presa em Bali, na Indonésia, após pousar no país com mais de três quilos de cocaína, afirmou que ela não sabia o que levava ao embarcar para o país asiático.
Segundo o advogado Davi Lira, a paraense Manuela Vitória de Araújo Farias, 19, chegou a desconfiar da promessa de aulas de surfe em troca do transporte de uma encomenda até o país e tentou desistir, mas teria sido coagida por pessoas que a abordaram.
Ela não queria mais ir, desconfiou de alguma coisa, mas as pessoas começaram a constrangê-la. Falaram que ela não podia mais desistir da viagem, que eles já tinham gastado dinheiro e que o máximo que ela poderia fazer, se ela não quisesse ir, era indenizá-los em 20 mil reais.
Davi Lira, advogado
Natural de Belém, a jovem conheceu os suspeitos pelo envio da droga em um "circuito de baladas" de Santa Catarina, estado no qual a mãe dela mora, para fazer tratamento contra uma doença.
"Perguntaram se ela já tinha passaporte internacional. Ela falou que sim, que foi a Portugal. Eles falaram 'a gente está precisando levar uma encomenda na Indonésia, mas não está com disponibilidade para ir agora. Tu não quer viajar? Vamos te dar um mês de férias e a gente te matricula em uma escola de surf para conhecer, aprender. Você também pode ir nos templos'", conta o advogado.
Manuela foi detida no dia primeiro de janeiro, quando desembarcou com a droga dividida em duas malas, mas teve a prisão tornada pública na imprensa internacional após ser indiciada pela polícia internacional, na sexta-feira (17).
"Ela não tinha nem noção de com quantos quilos foi pega em Bali. Não sabia dizer qual era o tipo de droga com a qual ela foi pega. Na verdade, a Manuela foi mais vítima de uma organização criminosa do que de qualquer coisa", afirma.
Segundo o jornal indonésio Jakarta Post, a jovem pode ser condenada à pena de morte ou à prisão perpétua no país, que tem uma severa lei antidrogas.
No país, a jovem é representada por um defensor público. Até o momento, todas as comunicações entre ela e a família no Brasil foram feitas por meio da embaixada brasileira em Jacarta.
Agora, a família tenta reunir US$ 150 mil (equivalente a R$ 750 mil) para pagar um advogado criminalista especialista em casos do tipo no país asiático.
Para juntar o dinheiro, os familiares fizeram um perfil nas redes sociais pedindo doações via pix. "Apesar do seu erro, será que uma garota tão jovem deve pagar com a vida, ou com prisão perpétua?", questiona o texto.
Em nota, o Itamaraty informou que tem conhecimento do caso, acompanhado pela Embaixada do Brasil em Jacarta, e disse que "vem prestando a assistência consular cabível à nacional".
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