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Irmã cobra corpo de brasileiro morto na Ucrânia: 'falta pressão do governo'

O paranaense Antônio Hashitani, de 25 anos Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

09/08/2023 18h52

A família do brasileiro Antônio Hashitani, 25, que morreu em combate aos russos na cidade de Bakhmut, na Ucrânia, cobra das autoridades brasileiras informações sobre o translado do corpo do jovem para o Brasil.

O que aconteceu:

Após a notícia da morte do brasileiro pela Embaixada em Kiev, a família não recebeu mais atualizações, contou a irmã de Antônio, Francielle Hashitan, ao UOL. A família do paranaense disse que ele morreu após um bombardeio russo em um bunker próximo à cidade de Bakhmut, em uma missão na última quarta-feira (2). As informações teriam sido repassadas por outros voluntários, segundo os parentes de Hashitani.

O corpo dele ainda estaria no local do bombardeio, conforme informações obtidas pela família. "Tudo o que esperamos é poder fazer uma despedida digna", afirmou a irmã do brasileiro.

Francielle explicou que a família está apreensiva, aguardando informações e que se atualizam do caso por outros brasileiros voluntários na guerra e que conheciam Antônio. "Eu falei hoje mesmo com um soldado que está lá. Mas ele não soube dizer nada de novo sobre o corpo. Ainda não foi resgatado", lamentou.

Pensamos em cobrar as autoridades. Não acredito que o corpo não venha. Mas os próprios soldados me disseram que está faltando pressão do governo, embaixada e todas as autoridades competentes para que a Ucrânia tome providências.
Francielle Hashitan, irmã de Antônio

Ao UOL, O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada em Kiev, disse que está em contato com familiares para prestar "a assistência cabível".

O órgão informou que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, os consulados brasileiros poderão prestar orientações gerais aos familiares e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, "tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais".

O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família. Não há previsão regulamentar e orçamentária para o pagamento do traslado com recursos públicos.
Ministério das Relações Exteriores

Ida voluntária para a Ucrânia

Francielle Hashitani disse que o irmão viajou da Tanzânia, na África, para a Ucrânia, sem avisar os parentes, em abril deste ano.

Antônio Hashitani estudava na PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e decidiu deixar o curso em 2022, com o objetivo de lutar na guerra contra a Rússia.

Em território ucraniano, Hashitani limitou os contatos no Brasil apenas com a mãe. "Ele falou com ela pela última vez dois dias antes de morrer. Disse que estava bem, mas que enfrentava dificuldades devido à guerra", conta a irmã.

Amigos e familiares do brasileiro lamentaram a morte pelas redes sociais e esclareceram que o rapaz foi voluntariamente para a Ucrânia. "Antônio não se contentava nunca, queria mais e mais. Faltando pouco tempo pra terminar sua faculdade de medicina, Antônio largou tudo e foi pra África fazer voluntariado. Mas, com a sua teimosia, decidiu que precisava ir além. Então, foi pra Ucrânia se voluntariar na guerra", escreveu Laissa Loraine, amiga do estudante.

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