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Palestino agradece ao Brasil por ajuda: 'Estava louco para beber água boa'

Do UOL*, em São Paulo

17/10/2023 16h15Atualizada em 17/10/2023 16h25

O palestino-brasileiro Hasan Rabee, 30, fez um vídeo nesta terça-feira (17) para agradecer ao governo do Brasil por enviar comida e água. Rabee, a esposa e as duas filhas são algumas das pessoas que estão na Faixa de Gaza esperando para atravessar a fronteira com o Egito e fugir da guerra entre Israel e Hamas, que chegou hoje ao 11º dia.

A gente estava sem água para beber. Obrigado, governo do Brasil, embaixador do Brasil. [Obrigado à] Equipe da Embaixada que conseguiu mandar comida, bastante água. Dá para bastantes dias, então agradeço muito. Agradeço muito por essa comida. A gente estava louco para beber água boa.
Hasan Rabeen, palestino-brasileiro que está em Gaza

Situação de Rabee

Rabee viajou à Gaza com a família para visitar a mãe e as irmãs. Ele está na cidade de Khan Yunis, próximo à fronteira com o Egito. Desde que os bombardeios de Israel começaram, Rabee tenta deixar a região, mas ainda não conseguiu. Em recente entrevista à coluna de Mônica Bergamo, da Folha, ele contou que "só tinha água salgada [para beber]".

Maioria da população está sem luz e vive trancada, contou. Na semana passada, à Agência Brasil, Rabee disse que os ataques aéreos são contínuos e diários. "Estamos em uma casa familiar de mais ou menos 20 pessoas e há bombardeio para todo lado. A gente só escuta barulho de bomba. Muita gente morre sem nada", relatou.

Naturalizado brasileiro, Rabee trabalha como vendedor em São Paulo. Ele resolveu deixar a Palestina há dez anos justamente por causa dos conflitos com Israel. Rabee chegou à Gaza há 12 dias para visitar a família com as duas filhas brasileiras, de 3 e 6 anos, e a esposa (também brasileira). "A gente está correndo de um lado para outro que nem doido", disse.

Rabee diz que bombas de Israel têm caído sobre prédios residenciais. "Não existe movimentação do Hamas aqui. Não vejo isso. O que estou vendo é que quem está morrendo são pessoas normais, vizinhos, trabalhadores, pessoas de bem que estão morrendo", completou.

(*Com Agência Brasil e RFI)

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