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Israel e Palestina trocam acusações na ONU; embaixador exibe decapitação

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

26/10/2023 15h21

Representantes de Israel e Palestina trocaram acusações na Assembleia Geral da ONU que acontece extraordinariamente por conta da guerra na Faixa de Gaza. O embaixador de Israel mostrou um vídeo de violência do Hamas contra israelenses. Já o observador da Palestina apelou para que vidas de crianças sejam preservadas.

O que aconteceu

O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, usou parte do tempo do seu discurso para mostrar um vídeo de pessoas sendo agredidas e decapitadas. Segundo ele, as imagens são do ataque do Hamas em Israel no dia 7 de outubro.

Ao mostrar o vídeo, Erdan afirmou que o Hamas produz esse tipo de conteúdo como uma forma de "violência sádica" para aterrorizar, "colocar medo no coração dos israelenses".

O embaixador também disponibilizou um QR Code para que os interessados possam ver mais fotos e vídeos do que ele diz ser ataques do Hamas contra israelenses.

Isso aconteceu hoje, durante a reunião extraordinária da Assembleia Geral da ONU, que debate exclusivamente a guerra entre Israel e Hamas. O encontro foi convocado por pressão de diversos países, incluindo o Brasil, após a falta de acordo no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.

Erdan ainda usou seu tempo de fala para criticar as resoluções sobre a guerra debatidas na ONU. Segundo ele, as propostas que foram feitas até agora são absurdas porque não citam o Hamas.

Eles querem uma resolução esvaziada de conteúdo relacionado à situação. Essa resolução é um abuso à sua inteligência.
Gilad Erdan, embaixador israelense na ONU

Representante palestino também discursou

Em sua fala, o observador permanente da Palestina na ONU, Riyad Mansour, destacou o número de mulheres e crianças mortas na guerra.

3000 crianças em Gaza foram mortas por Israel nas últimas quase três semanas. Eu repito: 3000 crianças. Crianças inocentes. Anjos assassinados em Gaza.
Riyad Mansour, observador permanente da Palestina na ONU

Mansour apelou para que os outros países "escolham a paz". Ele pediu o fim da guerra para que vidas sejam salvas. "É essa a guerra que alguns de vocês estão defendendo? Essa guerra pode ser defendida? Esses são crimes, barbárie. Parem-na pelas vidas que ainda podem ser salvas", prosseguiu, com a voz embargada.

O embaixador israelense respondeu ao discurso do observador palestino afirmando que não se trata de paz e que a guerra não é contra os palestinos, e sim contra o Hamas.

Irã ameaça EUA por apoio a Israel

Também hoje na Assembleia Geral da ONU, o Irã fez o que está sendo interpretado como uma ameaça aos Estados Unidos por conta do apoio do país a Israel. O chanceler iraniano, Hossein Amir Abdollahian, disse que se os EUA não pararem de financiar "o genocídio em Gaza, eles não serão poupados desse fogo".

"Estamos dizendo aos EUA que, se a operação de genocídio continuar, não iremos apenas assistir", disse Abdollahian. "Se o genocídio em Gaza continuar, os EUA não serão poupados de fogo", alertou.

Segundo o iraniano, o Hamas não deve ser classificado como um grupo terrorista. Da mesma forma, ele entende os ataques do grupo a Israel no dia 7 de outubro como uma reação aos anos de ocupação israelense em território palestino.

*Com informações da Ansa

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