Análise: Hamas tem mais chance de continuar no poder do que Netanyahu
Colaboração para o UOL, em São Paulo
22/11/2023 11h10
As chances de o Hamas se manter no poder são maiores do que as de Benjamin Netanyahu permanecer como primeiro-ministro de Israel, afirmou o professor de relações internacionais Reginaldo Nasser em participação no UOL News desta quarta (22).
Em relação a Israel, é quase um consenso de que Netanyahu não sobrevive. Para o grupo dele, ainda há uma certa esperança. O sucesso que ele alardeou está cada vez mais longe, mas está insistindo nisso. Há o apoio do Biden, que é muito estranho. Do lado dos palestinos, é menos o mérito do Hamas e mais a ausência de outros atores com capacidade de representá-los e organizá-los.
Não há outro ator [na Palestina]. O Hamas ainda tem seu centro político e de inteligência preservado fora de Gaza e tem o apoio do Qatar e de outros países. Acredito mais na possibilidade de o Hamas continuar e menos na de Netanyahu permanecer no poder. Reginaldo Nasser, professor de relações internacionais
Apesar do desejo reiterado de destruir o Hamas, como já deixou explícito em suas declarações, Netanyahu não conseguirá cumprir este objetivo, na visão de Nasser. O professor destacou que o grupo extremista, embora tenha sofrido baixas importantes entre seus líderes, vem ganhando apoio da população palestina.
O governo está movido por algo que não é o estilo de um Estado: a vingança. Não sabemos o objetivo político de Israel. Vai acabar com o Hamas? Os analistas dizem que isso é praticamente impossível. Israel está atingindo a estrutura do Hamas, mas é difícil acabar com ele. As forças militares israelenses estão tomadas por essa missão de destruir o Hamas, mas isso já está saindo do horizonte. Reginaldo Nasser, professor de relações internacionais
Josias: Milei pode atrapalhar, mas não irá inviabilizar relação com Brasil
Apesar das declarações de Diana Mondino, cotada para assumir o Ministério das Relações Exteriores da Argentina, o governo de Javier Milei não deve inviabilizar as relações entre o país e o Brasil. A avaliação é do colunista Josias de Souza,
Brasil e China são simplesmente os dois maiores parceiros comerciais da China. Um país que está quebrado, em ruínas, vai desprezá-los? A tendência é que o mercado se adapte à maluquice. É evidente que o governo sempre pode prejudicar, mas não vai aniquilar esse mercado. É improvável que ele inviabilize as relações comerciais com o Brasil porque elas independem do governo. Ele pode atrapalhá-las, mas não as inviabilizar. Josias de Souza, colunista do UOL
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