OPINIÃO
Josias: Milei desafia histórico argentino ao esticar corda contra protestos
Colaboração para o UOL, em São Paulo
22/12/2023 13h57
Javier Milei coloca em risco seu próprio mandato ao reprimir de forma dura os protestos que se espalham pela Argentina após o pacote anunciado pelo presidente, analisou o colunista Josias de Souza durante participação no UOL News desta sexta (22).
É incompreensível que, neste ambiente, Milei estique a corda. Se ele considera necessárias as providências que está adotando, que incluem sacrifícios sociais extraordinários, deveria atuar para atenuar os efeitos delas. Em vez disso, atiça o Legislativo e ainda parece estar com os pés no palanque.Josias de Souza, colunista do UOL
Josias chamou a atenção para os casos de Fernando de la Rúa e Eduardo Duhalde, presidentes argentinos que deixaram o cargo pouco depois de promover violenta repressão às manifestações populares. O colunista ressaltou que Milei pegou um país mergulhado em grave crise econômica, mas "precisa descer do palanque" se quiser ter vida longa na cadeira da Presidência.
Milei reage às manifestações com repressão policial. O histórico na Argentina mostra que isso não acaba bem. Presidentes que não entenderam a natureza dos protestos terminaram deixando o governo. Milei demora para compreender o desafio dele. Herdou um país dividido e com uma crise muito severa.
Milei não recebeu uma carta branca para fazer o que bem entendesse. Ele não é propriamente um presidente; virou um gerente de crise. Milei está provocando o Legislativo, de quem precisa para aprovar as medidas que adotou, e reage às manifestações com mão forte, em vez de ostentar um discurso mais pacificador. Ele tem uma crise para resolver e a administra de forma inadequada. Josias de Souza, colunista do UOL
Tales: Haddad sugeriu ida de Campos Neto a confraternização de Lula
Fernando Haddad esteve por trás da ida de Roberto Campos Neto à confraternização de fim de ano organizada por Lula. O colunista Tales Faria apurou que o ministro da Fazenda sugeriu ao presidente para que convidasse o presidente do Banco Central ao churrasco na Granja do Torto, no qual prevaleceu um clima harmônico.
Foi o Haddad quem sugeriu ao Lula a ida de Campos Neto a esse churrasco. Perguntei ao próprio Haddad se havia mesmo sugerido, e ele não confirmou e nem negou. O clima lá é esse. Lula não só convidou Campos Neto como também o tratou muito bem. Os três lados venceram. Tales Faria, colunista do UOL
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