Apesar de ameaças de Milei, argentinos protestam contra novo governo

Milhares de argentinos foram às ruas nesta quarta (20) em um protesto contra medidas anunciadas pelo presidente Javier Milei, que tomou posse há pouco mais de uma semana.

O que aconteceu

O presidente acompanhou os protestos na sede da polícia. A imprensa argentina diz que ao menos três pessoas foram detidas — incluindo um menor liberado logo depois — e um agente teve o rosto ferido.

Os manifestantes se concentraram em frente à Casa Rosada, sede do governo. Entre os gritos entoados pelo grupo, estavam "Fora, Milei e seu ajuste", "Temos direito a nos manifestarmos" e "Milei, lixo, você é a ditadura".

Com policiamento reforçado nas ruas, o clima estava tenso desde a manhã. Mais cedo, foram instaladas placas e houve serviço de alto-falante em estações de trem de Buenos Aires, que relembravam a campanha de repressão contra protestos nas vias públicas.

Hoje é dia de mobilização pelos 22 anos da crise econômica de 2001, a maior do país, e organizações de esquerda convocaram o público contra os reajustes econômicos do novo governo. A expectativa era reunir 50 mil pessoas — o Clarín, jornal argentino, afirma que fontes da polícia contabilizaram 10 mil manifestantes.

Mulher protesta com cartaz contra governo de Javier Milei na Argentina
Mulher protesta com cartaz contra governo de Javier Milei na Argentina Imagem: Amanda Cotrim/UOL

Milei divulgou antes dos protestos uma foto nas redes sociais com o aviso: "Quem bloqueia, não recebe". Na segunda (18), a ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, disse que a pasta cortará benefícios de quem participar de atos que bloqueiem vias públicas. Na semana passada, o Ministério da Segurança divulgou decreto que permite intervenção da polícia e a identificação de manifestantes por meio de câmeras de segurança e drone.

Está previsto o anúncio de um decreto de urgência para explicar as medidas que o governo tomará para a "desregulação da economia". Especula-se que entre essas medidas está uma reforma trabalhista, com aumento de três para oito meses de período de experiência, e o fim da lei de aluguéis.

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