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Argentina tem maior ato contra Milei, mas poucos serviços param na greve

Policiais fazem segurança de palácios na Argentina em dia de greve Imagem: Amanda Cotrim/UOL
Rafael Neves e Amanda Cotrim

Do UOL, em São Paulo e em Buenos Aires

24/01/2024 19h15Atualizada em 24/01/2024 19h15

A greve geral na Argentina levou dezenas de milhares de pessoas às ruas nesta quarta-feira (24), mas a adesão de trabalhadores dos setores público e privado foi parcial.

O que aconteceu

A Argentina teve o maior ato contra medidas do presidente Javier Milei desde o início do governo, em dezembro. Segundo o Ministério da Segurança, 40 mil pessoas estiveram nas ruas de Buenos Aires, mas as centrais sindicais do país falam em até 600 mil.

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A manifestação na capital foi pacífica. Acompanhado por um grande efetivo policial, o protesto se deslocou até a praça em frente ao Congresso argentino, e começou a se dispersar por volta das 15h.

Transporte fechará no início da noite. Os serviços de metrô, trens e ônibus funcionarão em Buenos Aires até as 19h para facilitar o deslocamento dos manifestantes para suas casas. Em seguida, a previsão é que fiquem paralisados até a meia-noite.

Votação de pacote de Milei deve ser adiada. O Congresso argentino só deve começar na semana que vem a votação das reformas que desregulamentam a economia e enfraquecem a legislação trabalhista, entre outros pontos. Inicialmente a votação começaria amanhã (25).

Cartaz de manifestante mostra a motosserra, símbolo da campanha de Milei à presidência Imagem: Amanda Cotrim/UOL

Fechamento do comércio foi restrito à região central

Os serviços no país tiveram paralisação parcial. Segundo a imprensa argentina, houve limitação no horário de atendimento de bancos e dos Correios, entre outras atividades.

A maioria do comércio abriu as portas e funcionou normalmente. Segundo observou a reportagem do UOL, algumas lojas no centro de Buenos Aires fecharam por medo de tumultos, mas em bairros de classe média não houve alteração na rotina.

Para alguns manifestantes, as medidas anti-protesto do governo ainda afastam o povo das ruas. Para a psicóloga Claudia Benites, ouvida pelo UOL, muitos ainda acreditam no discurso de Milei de que a economia vai piorar antes de melhorar.

Sindicalistas estão confiantes de que pacote do governo não passará no Congresso. Para os trabalhadores ouvidos pelo UOL, as reformas de Milei deverão ser barradas pela pressão popular e falta de apoio a Milei no Legislativo.

Estamos protestando desde os governos anteriores. O que acontece é que agora unimos mais sindicatos e trabalhadores insatisfeitos
Carlos Beltrán, manifestante filiado à CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores da Argentina)

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