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EUA se prepararam para ataque nuclear russo na Ucrânia em 2022, diz TV

Um flash da explosão de um míssil ilumina a cidade durante um ataque de míssil russo, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Kiev, Ucrânia, 30 de agosto de 2023 Imagem: STRINGER/REUTERS

Colaboração com o UOL, em São Paulo

09/03/2024 11h54Atualizada em 09/03/2024 11h54

Os Estados Unidos se prepararam "rigorosamente", no final de 2022, para a possibilidade da Rússia atacar a Ucrânia com uma bomba nuclear, informou o canal de televisão CNN hoje

O que aconteceu

O governo Joe Biden se preparou para uma possível resposta nuclear à Rússia. As informações do plano são detalhadas no livro "O Retorno das Grandes Potências", do jornalista da CNN Internacional Jim Sciutto, que será publicado em 12 de março.

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Conselho de Segurança Nacional convocou uma série de reuniões para implementar planos de contingência. Segundo apuração da CNN, no livro, uma autoridade explica que, no caso de haver a indicação de um ataque com uma arma nuclear, o governo norte-americano estaria preparado para evitar o cenário catastrófico ou dissuadir o governo de Vladimir Putin.

Guerra Rússia x Ucrânia

Possível perda de território. No verão de 2022, os ucranianos começavam a avançar sobre Kherson, região ocupada pela Rússia e que representava a maior vitória do governo Putin desde o início das invasões. Com a contraofensiva da Ucrânia, os russos corriam o risco de perder o território.

A perda de territórios conquistados pela Rússia durante a guerra poderia ser o estopim para um ataque com arma nuclear, acendendo um alerta as autoridades do Ocidente.

Rússia estava perdendo terreno dentro da Ucrânia e não o seu próprio. Entretanto, as autoridades norte-americanas estavam preocupadas com o fato de o presidente russo ver as coisas de forma diferente. Putin chegou a afirmar aos russos em Kherson que a cidade era agora parte da própria Rússia.

"Bomba suja"

Alerta. Em outubro de 2022, o ministro da defesa da Rússia, Sergei Shoigu, fez uma série de telefonemas para autoridades de defesa nos EUA, Reino Unido, França e Turquia, dizendo-lhes que o Kremlin estava "preocupado com possíveis provocações de Kiev envolvendo o uso de uma arma suja".

O embaixador da Rússia ainda entregou na ONU uma carta diretamente detalhando as ameaças, além de sinalizar que a Ucrânia culparia a Rússia pelo ataque. Entretanto, as autoridades ocidentais e norte-americana rejeitaram as advertências russas pela falta de fundamentação.

As agências de inteligência ocidentais receberam informações de que havia agora comunicações entre autoridades russas discutindo explicitamente um ataque nuclear, o que elevou o nível de preocupação. Apesar disso, em nenhum momento os EUA detectaram informações de inteligência indicando que a Rússia estava tomando medidas para mobilizar as suas forças nucleares para realizar de fato o ataque.

Armas nucleares táticas. O governo Biden também tinha receio de que os russos pudessem utilizar armas menores — do que as utilizadas nos ataques de Hiroshima e Nagasaki — que podem ser transportadas facilmente. Porém, dependendo da quantidade de artefatos explosivos reunidos, elas têm o potencial de destruir uma cidade inteira.

Na época, diante desse cenário, Joe Biden enviou o diretor da CIA, Bill Burns, para conversar com o chefe do serviço de inteligência estrangeiro da Rússia, Sergey Naryshkin, na Turquia para comunicar as preocupações sobre a ocorrência de um ataque nuclear e avaliar as intenções russas, segundo um alto funcionário dos EUA.

O governo norte-americano também trabalhou com os seus aliados para desenvolver planos de contingência para um ataque nuclear russo.

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