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Índia: Narendra Modi toma posse como primeiro-ministro pela terceira vez

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, após prestar juramento durante uma cerimônia de posse no palácio presidencial em Nova Delhi, Índia, em 9 de junho de 2024 Imagem: Adnan Abidi/REUTERS

Colaboração para o UOL

09/06/2024 12h43

Narendra Modi foi empossado neste domingo (9) para um terceiro mandato consecutivo como primeiro-ministro da Índia, liderando um governo de coalizão após dois mandatos em que o nacionalista BJP (Partido do Povo Indiano) desfrutou de maioria absoluta.

O que aconteceu

Modi compareceu à cerimônia de posse acompanhado de nomes importantes do BJP como Rajnath Singh e Amit Shah. Ele foi recebido com aplausos pela multidão presente, segundo o jornal indiano The Hindu.

Líderes de sete países da Ásia do Sul e da região do Oceano Índico compareceram à cerimônia. Entre os presentes estavam a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, e o primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe. Também participaram dois dos industriais mais ricos da Índia, Gautam Adani e Mukesh Ambani, e o superstar de Bollywood, Shah Rukh Khan.

Mallikarjun Kharge, presidente do partido Congresso, compareceu representando a oposição, enquanto outros líderes oposicionistas boicotaram o evento. Mamata Banerjee, líder do partido Trinamool Congress, afirmou que não participaria, alegando que o governo estava sendo formado "ilegal e antidemocraticamente". Ela adicionou que "às vezes, governos duram apenas um dia", criticando a legitimidade do novo governo.

A vitória do BJP nas eleições foi marcada por desafios inesperados, como exigências realizadas pelos partidos de coalização. O partido conquistou 240 cadeiras, 32 a menos que a maioria absoluta, necessitando de parceiros da Aliança Democrática Nacional (NDA) para formar o governo. A NDA, composta por 15 partidos, obteve um total de 293 cadeiras no Parlamento. Diversos parceiros da coalizão exigiram concessões significativas, incluindo ministérios importantes, em troca de seu apoio.

Apesar das negociações, os ministérios chave como Interior, Relações Exteriores, Finanças e Defesa devem permanecer com o BJP. Modi recompensou parceiros de coalizão, como o Telugu Desam Party (TDP), com postos ministeriais. No entanto, o principal partido da oposição, o Congresso, conquistou 99 assentos, quase o dobro dos 52 obtidos em 2019, segundo o jornal Times of India.

Analistas acreditam que a nova dependência do BJP em coalizões pode moderar algumas das tendências autoritárias do passado. Ou seja, a coalizão poderá forçar Modi a adotar uma política de consenso.

Modi, aos 73 anos igualou o feito do primeiro-ministro Jawaharlal Nehru, que venceu as eleições gerais de 1952, 1957 e 1962. A cerimônia, realizada na residência da presidente Draupadi Murmu, em Delhi, no domingo à noite, contou com a presença de líderes e dignitários de diversos países.

A nova era de política de coalizão poderá mudar significativamente a abordagem governamental de Modi. Com a necessidade de apoio de outros partidos, espera-se que Modi adote uma postura mais conciliadora, distanciando-se de políticas mais autoritárias. Essa mudança pode trazer uma dinâmica diferente ao cenário político indiano nos próximos anos, informa o jornal britânico The Guardian.

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