Eleição na UE: Brasil evita tema, mas Lula se reunirá com líderes na Itália
O governo afirmou nesta segunda-feira (10) que não vai comentar a vitória da centro-direita e o fortalecimento de movimentos populistas e de extrema-direita na eleição europeia no último fim de semana. Mas o presidente Lula (PT) deve se encontrar com alguns dos principais líderes europeus em sua viagem à Suíça e à Itália. Ele participará de uma reunião da OIT e outra do G7.
O que aconteceu
As informações sobre a viagem presidencial foram dadas hoje durante o briefing do Palácio do Itamaraty.
Condutor do briefing, o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio declarou que as eleições são uma questão interna da Europa. "Esse não é um tema que necessariamente será discutido entre os líderes", declarou.
Ele informou, porém, que Lula já marcou dois encontros com autoridades europeias. As reuniões bilaterais serão realizadas durante o G7.
O presidente conversará com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. Depois do resultado da eleição europeia realizada ontem, ela declarou que vai "construir um bastião contra os extremos".
Outra autoridade com quem Lula se reunirá é o presidente da França, Emmanuel Macron. Ele dissolveu o parlamento francês e convocou novas eleições legislativas na sequência das eleições europeias.
A Europa vive maior guinada à direita desde o começo do projeto de integração na década de 1950. Partidos ultraconservadores, populistas, xenófobos e de extrema-direita avançaram principalmente na Alemanha, Holanda, Áustria, Itália e França.
O roteiro de Lula
O presidente vai à Europa para dois compromissos entre os dias 13 e 15 de junho. O primeiro é um encontro da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que será realizado em Genebra.
Lula será copresidente de uma coalizão que trata de inteligência artificial, mercado digital, energia e África e mediterrâneo. As reuniões ocorrem ao longo do dia 13 e o Brasil pretende levantar questões como proteção do trabalhador e justiça social.
A participação do Brasil no G7, que ocorre na Itália, começa na noite de 13 de junho. Lula tomará parte em uma cúpula de chefes de estado no dia seguinte. Ele ainda vai ter reuniões bilaterais com o Papa Francisco e chefes de estados da França, África do Sul e Índia, além do encontro com Ursula von der Leyen.
O presidente da Argentina, Javier Milei, estará no evento, mas não há previsão de um encontro com Lula. Nenhum dos países tomou a iniciativa de solicitar uma conversa.
Por tradição, o Brasil não costuma pedir encontros bilaterais com lideranças de outros países. Uma exceção ocorreu desta vez, quando foi solicitada uma audiência com o papa.