Extrema direita consegue resultado histórico em eleições da União Europeia

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1. Extrema direita avança nas eleições para o parlamento europeu. Na França, o Reunião Nacional, de Marine Le Pen, obteve o primeiro lugar, com um resultado histórico. O Irmãos da Itália, partido pós-fascista da primeira-ministra Giorgia Meloni, também liderou a votação no domingo. A Alternativa para a Alemanha ficou em segundo, ultrapassando os sociais-democratas do premiê Olaf Scholz. A ultradireita teve ainda bons resultados em países como Áustria, Polônia e Holanda. Os partidos nacionalistas e populistas devem ocupar mais de um quarto das 720 cadeiras do parlamento europeu. Apesar da progressão da extrema direita, os blocos da direita moderada (PPE, que é o maior grupo), o dos socialistas e o dos liberais do Renew continuarão sendo majoritários, com pouco mais de 400 deputados.

2. Macron surpreende e dissolve o parlamento. Após a derrota de seu partido nas eleições europeias, o presidente francês, Emmanuel Macron, convocou eleições legislativas antecipadas para 30 de junho e 7 de julho. Elas estavam previstas em 2027, quando ocorrerão também as eleições as presidenciais. "Não poderia agir como se nada estivesse acontecendo", disse Macron em discurso. O Renaissance obteve apenas 13 cadeiras na votação europeia de domingo, menos da metade das 30 conquistadas pela extrema direita. O risco é enorme para Macron, que já não obteve maioria absoluta nas legislativas de 2022, logo após sua reeleição, como tradicionalmente ocorre na França após uma presidencial. Agora existe a possibilidade de que a França tenha um primeiro-ministro do partido de Marine Le Pen.

Emmanuel Macron,anuncia em rede nacional a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições gerais antecipadas
Emmanuel Macron,anuncia em rede nacional a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições gerais antecipadas Imagem: Ludovic Marin/AFP

3. Ministro do gabinete de guerra de Israel renuncia. Benny Gantz, adversário político do premiê Benjamin Netanyahu e que integrava um governo ampliado após o ataque do Hamas em outubro, já havia ameaçado sair se não houvesse um plano para o pós-guerra em Gaza. O pedido de demissão ocorreu um dia após uma operação do Exército que libertou quatro reféns israelenses em Nuiserat. Essa ofensiva em um campo de refugiados no centro da Faixa de Gaza matou 274 palestinos no sábado, segundo novo balanço do ministério da Saúde do Hamas. O The New Times afirma que autoridades militares americanas forneceram informações a Israel sobre a localização dos reféns resgatados.

4. Pesquisa aponta opositor de Maduro com quase 50% das intenções de voto. O diplomata Edmundo González começou a campanha há um mês como um desconhecido, depois que a líder da oposição foi impedida de se candidatar. A Plataforma Unida Democrática, da oposição, decidiu apresentar uma candidatura única na votação em 28 de julho para concorrer com Nicolás Maduro, que busca o quinto mandato. No ano passado, Maduro firmou um acordo internacional se comprometendo a realizar eleições livres e transparentes. Mas após vários candidatos terem sido impedidos de participar, há dúvidas se ele cumprirá o compromisso.

5. Irã aprova seis candidatos para eleições presidenciais. O principal deles é Mohammed Bagher Qalibaf, atual presidente do parlamento e com fortes ligações com a Guarda Revolucionária. O ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad teve a candidatura barrada na disputa que ocorre em 28 de junho. Na tentativa de introduzir alguma concorrência fora do campo mais linha dura, as autoridades aprovaram Masoud Pezeshkian, um deputado reformista. As presidenciais foram antecipadas por causa da morte de Ebrahim Raisi em uma queda de helicóptero em maio.

"Deu no Le Figaro: "Dissolução do parlamento: a aposta perigosa de Emmanuel Macron". O jornal conservador francês escreve que o presidente francês assume o risco, ao convocar legislativas antecipadas, de dar as rédeas do poder na França à extrema direita, cuja expansão ele tenta frear. Essa decisão surpreendente, diz o Le Figaro, é um salto no desconhecido, com consequências incalculáveis. Para o jornal, Macron teria feito o cálculo de que os eleitores, sob o choque da vitória do partido de Marine Le Pen nas eleições europeias, devem corrigir o voto nas legislativas. Mas nada garante que será dessa forma. O avanço da Reunião Nacional de Le Pen não é um acidente: ele traduz uma revolta que vem de longe e que se espalha por toda a Europa. Leia mais.

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