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Cientistas decifram manuscrito da vida oculta de Jesus - e ele cita milagre

O manuscrito contém 13 linhas escritas em grego antigo Imagem: Divulgação/ Biblioteca da Universidade de Hamburgo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/06/2024 04h00Atualizada em 13/06/2024 17h56

Pesquisadores identificaram o manuscrito mais antigo conhecido sobre a infância de Jesus Cristo. Datado entre o século 4 e 5, o documento ultrapassa aquele que era considerado o mais antigo até então, atribuído ao século 6.

O que aconteceu

Estava lá o tempo todo. Após passar anos despercebido, um papiro (tipo de folha usada como papel na antiguidade) da biblioteca da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, foi decifrado como sendo a cópia mais antiga sobrevivente do Evangelho da Infância de Tomé, também conhecido como Pseudo-Tomé, que relata eventos da infância de Jesus Cristo.

Por acaso. Devido à sua caligrafia simples, os pesquisadores inicialmente assumiram que se tratava de um documento trivial, como uma lista de compras ou uma carta. Mas, ao repararem na palavra "Jesus", Lajos Berkes, da Universidade de Humboldt de Berlim, na Alemanha, e Gabriel Macedo, da Universidade de Liège, na Bélgica, decidiram realizar uma investigação mais apurada.

Mãos à obra. Para entender melhor do que se tratava, eles compararam o documento com outros papiros digitalizados e com manuscritos já conhecidos do mesmo Evangelho. Ao final, descobriram que se tratava do mais antigo exemplar conhecido do Evangelho de Pseudo-Tomé.

Sobre o manuscrito

O documento contém treze linhas escritas em grego. Segundo os estudiosos, o manuscrito pode ter sido escrito como parte de um exercício em uma escola ou mosteiro - o que explicaria a irregularidade da caligrafia.

Milagre dos pardais. De acordo com os pesquisadores, o texto descreve o episódio da infância de Jesus conhecido como "vivificação dos pardais", considerado o "segundo milagre" do Evangelho de Pseudo-Tomé.

Aves de barro. Nele, Jesus, aos cinco anos, dá vida aos pardais de barro que ele mesmo moldou.

Relevância da descoberta. Embora não incluído na Bíblia, o Evangelho de Pseudo-Tomé era muito conhecido na Antiguidade e na Idade Média, por isso, a descoberta de seu exemplar mais antigo é importante para entender as narrativas antigas sobre a infância de Jesus, de acordo com os pesquisadores.

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