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Mais de 21 mil crianças palestinas estão separadas dos pais, diz ONG

Criança palestina sentada entre os escombros de casas destruídas num ataque israelense em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Imagem: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Do UOL, em São Paulo

24/06/2024 19h17Atualizada em 24/06/2024 19h17

Um relatório produzido pela ONG Save The Children (Salve as Crianças, em inglês) aponta que cerca de 17 mil crianças palestinas estão desacompanhadas e/ou separadas dos pais, enquanto pelo menos outras 4 mil estão sob escombros.

O que aconteceu

ONG ainda não conhece número exato de crianças desaparecidas. Segundo a Save The Children, há um número desconhecido de crianças e adolescentes enterrados em valas comuns e levados da Faixa de Gaza pelo Exército de Israel.

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Ofensiva contra Rafah "aumentou ainda mais a pressão sobre as famílias e comunidades que cuidam" das crianças, diz ONG. Iniciada em 27 de maio, a incursão contra o maior campo de refugiados de Rafah vitimou principalmente mulheres e crianças.

Ministério da Saúde de Gaza estima mais de 14.000 crianças mortas. O órgão acredita ainda que metade delas não foi identificada, parcialmente por "seus corpos estarem desfigurados", segundo o Save The Children. No total, são 37.626 mortos e 86.098 feridos na Faixa de Gaza.

Todos os dias encontramos mais crianças desacompanhadas e a cada dia é mais difícil apoiá-las. Trabalhamos por meio de parceiros para identificar crianças separadas e não acompanhadas e localizar as suas famílias, mas não existem instalações seguras para elas - não há lugar seguro em Gaza. Além disso, reuni-los com familiares é difícil quando as hostilidades em curso restringem o nosso acesso às comunidades e forçam constantemente as famílias a mudarem-se. Os vizinhos e os familiares que acolheram crianças solitárias estão a lutar para satisfazer as suas necessidades básicas, como abrigo e alimentação, e água. Muitos estão com estranhos - ou completamente sozinhos - aumentando o risco de violência, abuso, exploração e negligência.
Save The Children, em comunicado

As famílias são torturadas pela incerteza do paradeiro dos seus entes queridos. Nenhum pai deveria ter que cavar escombros ou valas comuns para tentar encontrar o corpo de seu filho. Nenhuma criança deveria estar sozinha, desprotegida numa zona de guerra. Nenhuma criança deve ser detida ou mantida como refém. As crianças vivas desaparecidas são vulneráveis, enfrentam graves riscos de proteção e devem ser encontradas. Elas devem ser protegidas e reunidas com suas famílias. Para as crianças que foram mortas, as suas mortes devem ser formalmente assinaladas, as suas famílias informadas, os ritos funerários respeitados e a responsabilização exigida. Como muitos salientaram, Gaza tornou-se num cemitério de crianças, com milhares de outras desaparecidas e com o seu destino desconhecido. Deve haver uma investigação independente e os responsáveis devem responder pelos crimes. Precisamos desesperadamente de um cessar-fogo para encontrar e apoiar as crianças desaparecidas que sobreviveram e para evitar que mais famílias sejam destruídas.
Jeremy Stoner, diretor regional da Save The Children no Oriente Médio

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