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Supremo Tribunal da Bolívia repudia tentativa de golpe de Estado no país

Militares em frente ao Palacio Quemado, em La Paz, na Bolívia Imagem: Aizar Raldes - 24.jun.2024/AFP

Do UOL, em São Paulo*

26/06/2024 18h58Atualizada em 26/06/2024 21h11

O Supremo Tribunal da Justiça da Bolívia, órgão principal e soberano do Judiciário do país, emitiu um comunicado em que apontou o seu mais "enérgico repúdio" à tentativa de golpe de Estado, realizado por militares, nesta quarta-feira (26).

O que aconteceu

Supremo apontou que acontecimentos "ameaçam a estabilidade democrática do país". O órgão disse rechaçar "qualquer ação que procure subverter a ordem constitucional e fazer o uso da força para impor interesses particulares sobre a vontade soberana do povo boliviano".

Corte reforça "a todos os cidadãos" que o respeito à Constituição é a base para uma sociedade justa e democrática. Eles também solicitaram que toda a comunidade internacional fique vigilante diante deste quadro e manifestem apoio à defesa da democracia do país. Chefes de Estado e figuras políticas estão se manifestando sobre a tentativa de golpe.

Em comunicado, o Supremo reafirmou que está empenhado em garantir o Estado de Direito e de Justiça no país. Também foi informado que a Corte trabalha para assegurar que os princípios democráticos e constitucionais prevaleçam sobre qualquer intento desestabilizante. "Da mesma forma, garante à população o serviço de Justiça boliviano em todas as suas instâncias", concluiu.

Procuradoria-geral de Estado da Bolívia também repudiou a tentativa de golpe de Estado. Eles afirmaram que a ação golpista foi gestada por "facções" das Forças Armadas do país. "Declaramos nossa defesa ao Estado democrático do presidente Luis Arce, apoiando totalmente o nosso Estado de Direito e a defesa da democracia", concluiu.

Tentativa de golpe

Os militares bolivianos realizaram movimentações consideradas anormais nesta quarta-feira (26). Tanques e tropas foram colocados em frente à sede do governo, em La Paz.

Militares entraram no Palácio Quemado, sede do governo. Vídeos do local mostram policiais militares fardados usando escudos para fechar o local e impedir que outras pessoas entrem na praça Murillo, onde fica o prédio do governo. Um blindado foi usado para arrombar as portas e bombas de efeito moral foram usadas contra manifestantes.

O presidente Luis Arce nomeou três novos chefes para as Forças Armadas da Bolívia após a tentativa de golpe. Depois do anúncio, militares que invadiram o Palácio Quemado se retiraram das imediações da sede do governo em La Paz.

Ex-comandante do exército quer "novo gabinete". Em frente ao Palácio Quemado, Juan José Zuñiga, que foi demitido na terça-feira (25), disse à imprensa que iria "trocar os ministros" e que "o país não pode continuar assim". Zuñiga afirmou ainda que iria liberar todos os que chamou de "presos políticos", e criticou figuras antigas da política boliviana, como Evo Morales.

Luis Arce, presidente da Bolívia, escreveu que as movimentações são "irregulares". "Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do exército boliviano. A democracia deve ser respeitada", publicou em suas redes sociais.

Ex-presidente Evo Morales convocou mobilização contra "golpe de Estado". "Convocamos uma Mobilização Nacional para defender a Democracia frente ao golpe de Estado que é gestado e liderado pelo general Juan José Zuñiga, comandante do exército", afirmou em outra mensagem na rede social.

*Com informações da AFP

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