Moderado Masoud Pezeshkian é eleito novo presidente do Irã
Do UOL, em São Paulo
06/07/2024 08h02Atualizada em 06/07/2024 08h12
O moderado e reformista Masoud Pezeshkian foi eleito o novo presidente do Irã.
O que aconteceu
Pezeshkian disputou o segundo turno das eleições contra o ultraconservador Saeed Jalili, que tinha apoio do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Segundo dados oficiais, Pezeshkian registrou 53% dos votos contra 44% de Jalili.
Pezeshkian prometeu governar para todos os iranianos em seu primeiro comentário após a vitória. "O difícil caminho à frente não será tranquilo, exceto com sua companhia, empatia e confiança", escreveu ele nas redes sociais. "Estendo minha mão em sua direção e juro pela minha honra que não vou deixá-lo sozinho neste caminho. Não me deixe sozinho".
Seu adversário, Jalili, admitiu a derrota e afirmou que qualquer pessoa eleita pelo povo deve ser respeitada. "Agora devemos usar toda a nossa força e ajudá-lo a seguir em frente".
A eleição teve baixa participação popular, com cerca de 50% do comparecimento. No primeiro turno, cerca de 40% dos 61 milhões de eleitores foram às urnas, a menor taxa em uma eleição presidencial desde a Revolução Islâmica de 1979.
O Irã antecipou as eleições após a morte do presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero em maio. A eleição acontece em um momento de tensões crescentes na região devido à guerra na Faixa de Gaza, às disputas com as potências ocidentais sobre o programa nuclear iraniano e ao descontentamento popular sobre a situação econômica do país.
Quem é o novo presidente
Masoud Pezeshkian tem 69 anos e é um crítico das políticas de moralidade do Irã, mas indicou que não fará mudanças radicias. Durante a campanha, ele declarou que o líder supremo Ali Khamenei dará a palavra final nas decisões.
Pezeshkian defende uma aproximação do Irã com países ocidentais, como os Estados Unidos, como uma forma de encerrar as sanções que afetam a economia do país. Ele também propõe mudanças na lei que obriga o uso de véu para as mulheres.
*Com informações de Deutsche Welle e AFP