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Kamala derrotaria Trump? O que mostravam as pesquisas antes da desistência

Do UOL, em São Paulo

21/07/2024 18h55

Após anunciar a desistência da campanha de reeleição à Casa Branca este domingo (21), Joe Biden endossou sua vice-presidente, Kamala Harris, para substituí-lo. Veja como a democrata se saiu nas pesquisas de intenção de voto antes de Biden deixar a corrida.

O que as pesquisas dizem sobre Kamala

Mais intenções de voto que Biden. Segundo a pesquisa New York Times/Siena College, realizada na Pensilvânia e em Virgínia após o debate entre Biden e Trump no fim de junho, Kamala teria mais chances em uma possível disputa direta contra Trump.

Na Pensilvânia, estado pêndulo, ela aparece com 47% das intenções de voto. São dois pontos a mais que Biden e um a menos que Trump, que aparece com 48% das intenções em ambos os cenários. Esses resultados estão dentro da margem de erro da pesquisa, o que deixa a disputa no estado basicamente empatada.

Em Virgínia, Kamala ganharia de Trump. No estado, que foi decisivo na eleição de Biden em 2020, a vice-presidente aparece com 49% das intenções de voto contra Trump, que tinha 44%. Biden também aparecia com vantagem contra Trump, mas ainda atrás de Kamala: 48% contra 45% de Trump.

Possível empate. Em outra pesquisa, também realizada após o debate, desta vez pela CNN/SSRS, Kamala aparecia pouco atrás de Trump: 47% dos eleitores registrados apoiam o republicano, enquanto 45% votariam em Harris. O resultado mostra um empate dentro da margem de erro da pesquisa.

Vantagem entre as mulheres. A pesquisa CNN/SSRS mostra que Kamala tem vantagem entre as mulheres tanto em relação a Trump quanto a Biden: 50% das eleitoras apoiam Harris contra Trump, frente a 44% de Biden contra o republicano. Eleitores independentes também preferem a vice-presidente: 43% de Harris contra 34% de Biden.

Em ambos os estados, Harris foi vista de forma mais favorável do que Biden em geral. Ela foi um pouco mais forte com os eleitores negros, mais jovens e mulheres, eleitorado chave para a campanha democrata. No entanto, grande parte do apoio da vice-presidente vinha de eleitores pouco frequentes, que não costumam comparecer às urnas — o que pode prejudicar a democrata no resultado.

Após a tentativa de assassinato contra Trump, Kamala apareceu em maior desvantagem. Segundo a pesquisa CBS News/YouGov, divulgada na semana passada, Trump liderava sobre Kamala por três pontos (51% a 48%). Contra Biden, o cenário era pior: Trump vencia Biden por cinco pontos (52% a 47%) durante o mesmo período. A margem de erro da pesquisa é de 2,7 pontos.

Para Trump, é mais fácil derrotar Kamala

Declaração de Trump foi dada após a desistência de Biden. Em entrevista à CNN norte-americana, o republicano afirmou que será mais fácil ganhar as eleições se a candidata democrata for Kamala Harris.

Martelo será batido apenas em agosto. Apesar do apoio de Biden e da intenção de Kamala, a definição oficial de quem vai concorrer pelo lado democrata deve acontecer na convenção do partido — que deve acontecer entre 19 e 21 de agosto.

Kamala quer ser candidata

Kamala se pronunciou duas horas após Biden anunciar a desistência à reeleição da Presidência dos Estados Unidos. Em comunicado enviado à imprensa, a vice-presidente descreveu sua amizade com Biden e narrou planos para disputa presidencial.

A vice-presidente fez agradecimento a Biden. Na nota, Kamala elogiou o presidente e disse ser grata pela indicação de Biden para a continuação do pleito pelo Partido Democrata.

"Estou honrada em ter o endosso do Presidente e minha intenção é ganhar e vencer esta nomeação", disse Kamala. A vice-presidente concluiu o comunicado frisando o compromisso em derrotar Donald Trump: "Farei tudo o que estiver ao meu alcance para unir o Partido Democrata — e unir nossa nação — para derrotar Donald Trump e sua agenda extrema do Projeto 2025".

Martelo será batido apenas em agosto. Apesar do apoio de Biden e da intenção de Kamala, a definição oficial de quem vai concorrer pelo lado democrata deve acontecer na convenção do partido — que deve acontecer entre 19 e 21 de agosto.

Quem é Kamala Harris?

A vice-presidente é filha de pai jamaicano e mãe indiana. Ela foi a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira pessoa de origem indiana a tomar posse como vice-presidente dos EUA.

Kamala Harris estudou ciências políticas, economia e direito. Ela foi aprovada no exame da Ordem dos Advogados em 1990 e iniciou sua carreira como promotora pública.

Ela se autodenominava a "melhor policial" da Califórnia. Kamala irritou parte da polícia com sua recusa em aplicar sentença de morte contra um acusado de matar um policial. Ao mesmo tempo, foi criticada por uma fraca atuação contra a corrupção nas forças policiais.

Harris subiu na hierarquia até se tornar procuradora-geral da Califórnia, em 2011. Ela foi a primeira mulher, negra e sul-asiática americana a ocupar o cargo.

O início da carreira política foi em 2015, quando concorreu ao Senado, com apoio de Joe Biden e do então presidente dos EUA, Barack Obama. Em 2017, se tornou a segunda mulher negra a tomar posse no Senado.

Em 2019, lançou campanha no partido Democrata para a sua indicação presidencial. À época, Biden foi seu oponente. Ela desistiu da disputa e apoiou Biden, que mais tarde a convidou para ser sua vice-presidente. A chapa foi eleita à Presidência dos EUA em novembro de 2020.

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