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Venezuela: Justiça aceita pedido de Maduro para que candidatos mostrem atas

31.jul.2024 - Nicolás Maduro discursa após reunião no Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela Imagem: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters

Do UOL, em São Paulo

01/08/2024 20h11

A Justiça da Venezuela aceitou um pedido do presidente Nicolás Maduro para que todos os candidatos apresentem suas respectivas contagens de votos.

O que aconteceu

Decisão do TSJ (Tribunal Superior de Justiça) da Venezuela ocorreu nesta quinta-feira (1). Maduro já havia dito na véspera que seu partido está pronto para apresentar as atas eleitorais e pediu à Justiça para garantir que todos os partidos façam o mesmo. Na ocasião, o ditador prometeu divulgar as atas e pediu também a investigação de uma suposta tentativa de golpe no país.

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Ao menos 13 pessoas morreram em decorrência de protestos contra a recondução de Nicolás Maduro na Venezuela. Dados da ENH (Pesquisa Nacional de Hospitais) apontavam 12 mortos na noite de quarta-feira (31). Onze deles são civis, e um é um militar identificado pelas letras J.E.G, segundo a procuradoria-geral da Venezuela. A causa de morte do militar não foi informada.

Nova morte foi confirmada nesta manhã. Um homem, identificado como Yorgenis Emiliano Leyva Méndez, 35, morreu após ser baleado nas costas durante uma motociata em Guarenas, segundo o canal independente El Pitazo.

ONG detalhou localidades onde mortes de civis ocorreram. Cinco pessoas foram mortas em Caracas, duas no estado de Zulia, duas em Yaracuy, um no estado de Aragua e um em Táchira, segundo o Foro Penal.

Demora na divulgação de atas

Brasil está decepcionado com a demora da Venezuela. O assessor para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira (1º), que o governo brasileiro está decepcionado com a demora para a divulgação das atas da eleição presidencial na Venezuela. O chanceler afirmou ainda acreditar que a organização sem fins lucrativos que acompanha eleições ao redor do mundo, o Centro Carter, "não é manipulado". A declaração ocorreu para o programa É Notícia, apresentado pelo jornalista Kennedy Alencar na Rede TV. A entrevista completa irá ao ar hoje, às 23h45.

O assessor brasileiro disse ainda que o contexto venezuelano agrava a situação. "Em qualquer país, o ônus da prova está em quem acusa. Mas, no caso da Venezuela, o ônus da prova está em quem é acusado, em quem é objeto de suspeição. Em função de tudo o que já aconteceu, de todo o quadro político, há uma expectativa de que a Venezuela e o governo venezuelano possam provar a votação que ele alega ter tido."

Ele disse que as atas poderão sanar dúvidas em relação à contagem eleitoral. "Perguntei isso [sobre as atas] ao presidente Maduro disse que era uma questão de dois ou três dias", afirmou Amorim ao apresentador.

Amorim também criticou o governo de Benjamin Netanyahu em Israel. "Não se pode confundir o povo judeu, o governo Netanyahu e o estado de Israel. Nosso problema é com o governo Netanyahu. Se ele sai do poder pode ser que ele seja preso, há várias acusações sobre ele. A guerra é uma forma de ele se manter no poder."

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