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Maduro diz que vai mostrar atas eleitorais e quer apurar tentativa de golpe

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu divulgar as atas eleitorais que comprovariam sua reeleição e pediu a investigação de uma suposta tentativa de golpe no país. A declaração foi dada em discurso no TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) nesta quarta-feira (31).

O que aconteceu

Maduro afirmou que vai apresentar as atas e disse esperar que a vitória seja reconhecida pela oposição. "Como chefe político e líder revolucionário da Venezuela, digo que o Partido Socialista da Venezuela está pronto para apresentar 100% das atas eleitorais, das eleições de domingo. E espero que cada candidato tenha a mesma postura de reconhecer as atas".

O ditador pediu para que o Supremo indicie os candidatos que supostamente participaram de um ataque ao sistema eleitoral. "Indiciem todos os candidatos presidenciais que tenham participado desse ataque ao Conselho Nacional Eleitoral. Que apresentem todas as provas e certifiquem os resultados com altíssima qualidade técnica das eleições realizadas".

O venezuelano disse que também está disposto a ser interrogado. "Vamos solicitar que seja aberto um processo eleitoral. Estou disposto a ser convocado, a ser interrogado, no que for necessário pelo Conselho Nacional Eleitoral".

Mortos em protesto

Ao menos 13 pessoas morreram em decorrência de protestos contra a recondução de Nicolás Maduro na Venezuela. Dados da Pesquisa Nacional de Hospitais (ENH) apontavam 12 mortos na noite de ontem. Onze deles são civis e um é um militar identificado pelas letras J.E.G, segundo a procuradoria-geral da Venezuela. A causa de morte do militar não foi informada pela ENH.

Nova morte foi confirmada nesta manhã. Um homem, identificado como Yorgenis Emiliano Leyva Méndez, 35, morreu após ser baleado nas costas durante uma motociata em Guarenas, segundo o canal independente El Pitazo.

ONG detalhou localidades onde mortes de civis ocorreram. Cinco pessoas foram mortas na em Caracas, duas no estado de Zulia, duas em Yaracuy, um no estado de Aragua e um em Táchira, segundo o Foro Penal.

Candidato de oposição agradece Brasil

Edmundo Gonzalez, candidato da oposição na Venezuela, incluiu o Brasil nos agradecimentos à comunidade internacional. Segundo ele, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos que se posicionou de forma a cobrar transparência e a entrega de atas das eleições, antes de reconhecer os resultados finais.

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Conforme o UOL revelou com exclusividade ainda no domingo, o governo brasileiro só se pronunciaria depois que as medidas de transparência fossem adotadas pela Venezuela. No dia seguinte, uma nota do Itamaraty confirmou o posicionamento do governo, que não parabenizou Maduro.

A demora do venezuelano em agir levou o enviado de Lula, Celso Amorim, a se reunir com Maduro e pedir que as atas fossem publicadas. O diplomata também esteve com a oposição, que alertou que esse tempo de espera poderia ser usado pelas autoridades para fraudar o resultado final.

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