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Mídia argentina expõe fotos da ex-primeira-dama machucada após agressões

Alberto Fernández é suspeito de agredir Fabiola Yañez Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/08/2024 09h19Atualizada em 09/08/2024 09h19

Imagens divulgadas pela imprensa argentina mostram hematomas no corpo da ex-primeira-dama Fabiola Yañez, que denunciou ter sido vítima de violência doméstica supostamente praticada pelo ex-presidente do país, Alberto Fernández.

O que aconteceu

Nas fotos, Yañez aparece com um olho roxo e escoriações pelo corpo. As imagens foram publicadas pelo site Infobae, que também revelou trechos de uma conversa entre a ex-primeira-dama e Fernandez, em que ela o acusa de agredí-la "toda hora".

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"Isso não funciona assim, você me bate toda hora. Não é normal. Não posso deixar você fazer isso comigo quando eu não fiz nada contra você. E tudo que tento fazer com a mente focada é defender você, e você me bater fisicamente. Não há explicação", diz trecho de uma mensagem enviada pela ex-primeira-dama, segundo o Infobae.

Fernández teria reagido às mensagens da então companheira pedindo para que ela "pare". "Tenho dificuldade em respirar. Por favor, pare. Eu me sinto muito mal", alega o ex-presidente.

Yañez rebate e diz que foi agredida por três dias consecutivos. "Você me bateu de novo. Você é louco", reage a ex-primeira-dama argentina.

Yañez denunciou Fernández

Fabiola Yáñez denunciou Fernández por violência de gênero nesta terça-feira (6). A denúncia ocorreu depois que supostas mensagens que indicariam agressões contra a ex-primeira-dama, incluindo fotos com ferimentos, foram vazadas à imprensa.

"[A Fabíola] ligou para o [juiz] Julián Ercolini e disse 'quero fazer uma denúncia criminal, quero denunciá-lo pelos delitos das agressões que recebi dele e pelas ameaças que venho sofrendo'", disse o advogado da suposta vítima, Juan Pablo Fioribello, ao canal La Nación +.

Magistrado proibiu o ex-presidente de deixar o país, segundo a imprensa local. Ele também teria ordenado medidas de restrição e proteção contra ele.

Vazamento ocorreu após mensagens entre Yáñez e a secretária particular de Fernández, María Cantero. Nelas, a ex-primeira-dama teria relatado agressões sofridas do então presidente, inclusive com fotografias.

Ex-presidente nega agressões. "Tendo tomado conhecimento pela mídia da denúncia de Fabiola Yáñez contra mim, quero expressar que a verdade dos fatos é diferente. Só vou dizer que é falso e que aquilo de que vocês agora me acusam nunca aconteceu", escreveu ele em comunicado.

Pela integridade dos meus filhos, da minha e também da própria Fabíola, não farei declarações na mídia, mas sim fornecerei provas e depoimentos em juízo que revelarão o que realmente aconteceu.
Alberto Fernández em comunicado publicado no X

Caso paralelo

Segundo Fioribello, as mensagens foram descobertas no contexto de outro caso que também está sendo conduzido por Ercolini. O caso em questão envolve supostos atos de corrupção cometidos durante a gestão de Fernández, que governou o país entre 2019 e 2023.

Ercolini avalia um possível tráfico de influência a favor de um produtor de seguros próximo a Fernández, Héctor Martínez Sosa. No âmbito desse caso, o juiz se deparou com as mensagens e fotos que mostrariam as agressões e por isso convocou uma audiência em julho para notificar Yáñez a respeito, mas ela decidiu não apresentar denúncia na ocasião.

Yáñez, de 43 anos, e Fernández, de 65 anos, foram casados durante todo o mandato. Eles tiveram um filho em 2022 chamado Francisco. Eles estão atualmente separados. Yáñez vive em Madri com o filho, enquanto Fernández mora em Buenos Aires.

Durante o governo Fernández, Yáñez foi titular da Fundação Banco Nación e não teve papel protagonismo na mídia, da qual fez parte antes de se tornar primeira-dama, quando atuou como jornalista em diversos programas de televisão.

*Com informações da agência AFP

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