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Fernández pede à Justiça para proibir publicação de fotos e vídeos íntimos

O ex-presidente argentino Alberto Fernández entrou com uma ação na Justiça para barrar a veiculação de imagens e vídeos íntimos que, segundo ele, seriam falsos.

O que aconteceu

Político pediu medida cautelar com extrema urgência, segundo La Nación. Na ação, Fernández afirma que, recentemente, fotos e vídeos falsamente atribuídos a ele foram divulgados por meios de comunicação e figuras públicas para atingir a estabilidade familiar e a saúde mental de seus filhos. O processo é movido contra Google, Facebook, X (antigo Twitter) e Yahoo.

Ex-presidente não especificou a quais fotos ou vídeos se referia. O processo que moveu, no entanto, pedia a retirada de "qualquer conteúdo" relacionado a ele ou sua família. Isso poderia incluir, portanto, as imagens da ex-mulher Fabiola Yañez com hematomas e olho roxo. Ela acusa o ex-marido de violência doméstica.

Em outro trecho da ação, Fernández argumenta: "Fiquei sabendo que [alguns] jornalistas fizeram declarações em suas contas no X sugerindo a existência e circulação de vídeos com mulheres em situações desconfortáveis. Estas declarações e a divulgação dos referidos vídeos destinam-se a causar danos a mim, aos meus filhos, à nossa privacidade e à reputação familiar."

Os jornalistas citados faziam referência a mais gravações do ex-presidente com outras mulheres, incluindo um "vídeo pornográfico em um elevador". Rumores sobre uma gravação do ex-presidente com uma mulher não identificada no elevador da Casa Rosada, sede presidencial, circularam na semana passada.

A derrocada de Fernández

O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández, de 65 anos, está sendo acusado de violência doméstica contra a ex-primeira-dama Fabiola Yañez, de 45 anos. Os dois foram casados durante todo o mandato dele.

Denúncia veio à tona enquanto Justiça Federal examinava celular de ex-secretária de Fernández. Os investigadores analisavam o aparelho de María Cantero, em um caso sobre suposta corrupção no governo do ex-presidente, quando encontraram o conteúdo. Eram fotos e relatos de agressões contra a ex-primeira-dama, que mais tarde seriam vazadas à imprensa. As imagens mostram, por exemplo, o olho roxo e o braço com hematomas.

Fabiola Yañez formalizou a denúncia contra ex-marido apenas no dia 6 de agosto. A jornalista confirmou as agressões em uma audiência virtual com o mesmo juiz que já vinha investigando o ex-presidente. A Justiça determinou então medidas de restrição e proteção para Fabiola. Depois, ela ampliou as denúncias e disse que foi obrigada a fazer um aborto.

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Depoimento presencial foi feito pela primeira vez na terça-feira (13). Fabiola Yañez chegou ao consulado argentino em Madri (Espanha), onde vive atualmente, para depor contra o ex-marido. Ela reforçou as acusações de agressão, assédio e ameaças. Em uma dessas agressões, diz ela, Fernández a teria agarrado violentamente pelo pescoço. As surras teriam ocorrido no Palácio de Olivos, sede oficial da Presidência.

Defesa de Fernández negou as agressões e afirmou que os hematomas foram causados por tratamento estético. "Estou sendo acusado de algo que não fiz. Não bati em Fabiola. Nunca bati em mulher. Não estou aqui para alimentar toda a sujeira midiática que está sendo gerada. O que vou fazer é esperar, ir à Justiça e deixar a Justiça resolver", disse o ex-mandatário em entrevista ao jornal espanhol El País.

O ex-presidente foi formalmente acusado pela Justiça. Na denúncia oferecida, Fernández é acusado de lesões graves e duplamente agravadas e "ameaças coercitivas" contra a ex-primeira-dama. O promotor pediu ainda o depoimento do médico presidencial, Federico Saavedra, da ex-secretária María Cantero, e de outras quatro testemunhas.

Fabiola Yañez acusa Alberto Fernandez de agredi-la
Fabiola Yañez acusa Alberto Fernandez de agredi-la Imagem: Reprodução/Infobae

Suspeito de corrupção e confusão em restaurante

Fernández é investigado por corrupção em sua gestão. Ele foi denunciado em fevereiro pelo Ministério Público após realizar a contratação irregular de seguros para funcionários públicos. A suspeita é que a contratação foi utilizada para desviar fundos. Fernández novamente negou irregularidades.

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As suspeitas ganharam tração com um decreto de 2021 que obrigava o Estado a assinar contratos com uma empresa, a Nación Seguros, ligada ao marido da secretária particular de Fernández, María Cantero. Em abril, a Justiça também determinou o bloqueio de bens e a quebra do sigilo bancário do peronista.

Em 2018, quando era candidato à presidência, Fernández empurrou um homem que falava algo em sua direção no restaurante La Cabaña, em Puerto Madero. Ele estava sentado almoçando com Fabiola, quando se levantou e agrediu o homem não identificado.

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