Kamala promete 'virar a página da última década'
Do UOL
30/08/2024 09h21
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Em sua primeira entrevista após a desistência de Joe Biden de concorrer à reeleição, Kamala Harris defendeu a atual gestão democrata, mas disse querer "virar a página". "Eu acredito que o povo americano merece (...) virar a página da última década, que, na minha opinião, tem sido contrária ao verdadeiro espírito do nosso país." Kamala evitou correr riscos e se afastou de posições anteriores mais à esquerda em temas como a exploração de gás de xisto, mudanças climáticas e imigração. A candidata democrata também afirmou que, se eleita, consideraria indicar um republicano para o ministério - prática comum no passado, mas que foi abandonada nas administrações Trump e Biden.
Pausa em Gaza
Israel e o Hamas aceitaram fazer uma pausa nos confrontos na Faixa de Gaza para permitir a realização de uma campanha contra a poliomielite pela ONU. O anúncio foi feito por um porta-voz da OMS. Pelo acordo, haverá uma pausa diária na hostilidade entre as 6h e as 15h, horário local, por três dias consecutivos na região central do território palestino. Depois disso, haverá um segundo período de pausa de três dias no norte e, em seguida, outro no sul. Na semana passada, a OMS confirmou o primeiro caso de poliomielite em 25 anos na região. A vítima é um bebê. A atual invasão israelense da Faixa de Gaza, que se seguiu ao ataque do Hamas de 7 de outubro do ano passado, já deixou mais de 40 mil mortos e deslocou quase toda a população do território. Desde o início da semana, Israel também faz uma grande operação na Cisjordânia, e hoje anunciou ter matado um líder do Hamas nos arredores de Jenin.
Europa contra Maduro
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Joseph Borrel, disse nessa quinta que é "tarde demais" para continuar pedindo as atas eleitorais da Venezuela e que o bloco não reconhece "a legitimidade democrática baseada em resultados [eleitorais] que não podem ser verificados". Borrell admitiu, porém, que Maduro "continuará presidente, sim, de fato". As declarações foram feitas depois de uma reunião de ministros dos países que compõem a UE. Não houve acordo sobre o reconhecimento da vitória da oposição nem sobre a ampliação das sanções. Nesta sexta-feira, o governo venezuelano disse que o país enfrenta um apagão elétrico em quase todo o território, incluindo a capital, Caracas. O ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez, atribuiu o problema a uma "sabotagem".
Toque de recolher no Panamá
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou a imposição de toque de recolher em duas regiões do país, com o objetivo declarado de "limpar" as ruas do crime e do narcotráfico. A restrição de movimento será aplicada na cidade de Colón, no Caribe, e em San Miguelito, na região metropolitana da capital. A população ficará proibida de sair de casa a partir das nove da noite até as cinco da manhã do dia seguinte. O emprego de medidas de exceção no combate à violência no Panamá segue a polêmica adoção de políticas similares em El Salvador e, mais recentemente, no Equador. Nos dois casos, houve redução dos crimes, segundo as estatísticas oficiais, mas críticos dizem que as políticas estão levando a abusos de poder, execuções extra-judiciais, prisão de inocentes e cerceamento dos direitos de defesa.
Irã mais perto da bomba
O Irã aumentou seu estoque de urânio enriquecido e agora possui material quase suficiente para a produção de quatro bombas nucleares. A informação está em relatório sigiloso da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que a agência de notícias Reuters teve acesso. Segundo a agência, o Irã já produziu 165 quilos de urânio com 60% de pureza. Se enriquecido a 90%, faltariam dois quilos para a quantidade necessária para as quatro bombas. O país também aumentou de 2 para 10 o número de centrífugas de enriquecimento em uma central que fica abrigada dentro de uma montanha. Segundo o documento, a AIEA espera que as conversas iniciais com o novo presidente iraniano, o moderado Masoud Pezeshkian, levem ao "estabelecimento de um diálogo construtivo" com o país.
Semana de 4 dias no Reino Unido
O governo britânico planeja dar aos trabalhadores a opção de uma semana de quatro dias de trabalho, com uma jornada diária maior, "Em vez de trabalhar oito horas por dia durante cinco dias, você poderia trabalhar 10 horas por dia durante quatro dias", disse a ministra da Educação, Jacqui Smith, em entrevista à BBC. Segundo a ministra, a medida será discutida com as empresas e não será imposta. Ela também admitiu que para algumas profissões, como alguns professores, o esquema não seria aplicado. O governo prometeu apresentar uma proposta detalhada daqui a três meses. Um dos objetivos da medida é aumentar a produtividade e incentivar pessoas a voltar ao mercado de trabalho.
Deu no Financial Times
Republicanos temem o fracasso de estratégia de Trump contra Kamala. Segundo a reportagem, não há pânico, mas correligionários do ex-presidente "estão ficando ansiosos" com a dificuldade da campanha de atacar a democrata de forma efetiva e com a aposta de Trump em políticos polêmicos e pouco representativos, como o independente Robert Kennedy Jr. "Se continuar nesse caminho, ele vai perder", disse ao jornal inglês o advogado Eric Levine, que apoiou Nikki Haley contra Trump nas primárias, mas é um importante arrecadador de doações para o Partido Republicano. Leia mais