Trump diz que não debaterá mais com Kamala

Esta é a newsletter De Olho no Mundo. Inscreva-se gratuitamente para receber no seu email de segunda a sexta. Conheça as demais newsletters do UOL. São cerca de 20 opções sobre os mais variados assuntos para a sua escolha.

********

Donald Trump disse que "não haverá o terceiro debate". O anúncio foi feito por meio de uma postagem em sua rede social, Truth Social. A grande maioria das pesquisas indica que a candidata democrata venceu por larga margem o primeiro encontro entre os dois na noite de terça (antes, Trump já havia debatido com o então pré-candidato Joe Biden). Nos bastidores, a percepção é compartilhada por líderes republicanos. Ontem, a campanha de Kamala Harris anunciou ter recebido doações de US$ 47 milhões em pouco mais de um dia após o evento. No mês de agosto inteiro, a arrecadação havia sido US$ 361 milhões — o triplo de Donald Trump.

Kamala sobe

A primeira grande pesquisa nacional realizada depois do debate de terça à noite mostra um pequeno avanço de Kamala Harris, embora dentro da margem de erro. Segundo o levantamento Reuters/Ipsos, a diferença da candidata republicana para Donald Trump passou para 5 pontos, um a mais do que na pesquisa anterior, realizada entre 21 e 28 de agosto. 53% dos pesquisados disseram que a Kamala venceu o debate, ante 24% que viram vitória do republicano. Na divisão partidária, 91% dos eleitores democratas acham que Kamala se saiu melhor. Entre os republicanos, apenas 53% consideram Trump o vencedor. As eleições nos EUA, porém, são decididas pelo colégio eleitoral, com delegados escolhidos nas votações estaduais. Nas duas últimas vezes em que os democratas deixaram o poder, o partido teve mais votos nacionalmente do que os republicanos, mas perdeu a eleição.

México derruba todo o Judiciário

O presidente do México anunciou que irá promulgar no domingo uma lei que destitui todos os juízes do país, incluindo os da Suprema Corte. Os postos serão preenchidos posteriormente por meio de eleição popular. É uma das maiores reformas do Judiciário já realizadas por uma grande democracia. A medida já foi aprovada pelo Congresso e por 20 dos 32 governadores. López Obrador e os defensores da reforma dizem que a iniciativa vai democratizar a Justiça e acabar com um sistema elitista e corrupto de indicações políticas. Para críticos, que incluem o governo dos EUA, a mudança vai beneficiar o partido de Obrador e enfraquecer o tradicional equilíbrio de poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário.

Raciocínio artificial

A OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, anunciou o lançamento de uma ferramenta que seria capaz de "raciocinar". A "o1" foi definida pelo fundador da empresa, Sam Altman, como "um novo paradigma, uma IA que pode fazer raciocínios complexos de propósito geral". A diferença dela para os modelos anteriores é a capacidade de "reconhecer e corrigir seus erros, decompor etapas mais delicadas em outras mais simples e aprender a testar um enfoque diferente quando o primeiro não funciona". A empresa, porém, reconheceu que a tecnologia "ainda apresenta falhas, é limitada e parece mais impressionante na primeira vez que é usada do que após certo tempo".

Putin ameaça, de novo

Vladimir Putin diz que a autorização do uso de armas americanas de longo alcance pela Ucrânia "significará nada menos do que o envolvimento da Otan, dos Estados Unidos e dos países europeus na guerra" e que a Rússia teria de tomar as "decisões apropriadas". A permissão é um dos temas da reunião que o chanceler britânico Keir Starmer terá hoje com Joe Biden. Até então, os EUA têm relutado em conceder esse direito à Ucrânia por receio de uma retaliação da Rússia que, eventualmente, poderia envolver armas nucleares. Analistas militares americanos, porém, têm cada vez mais classificado as ameaças de Putin como blefe. Hoje, a Rússia expulsou seis diplomatas britânicos sob a acusação de espionagem.

O custo do embargo a Cuba

O governo de Cuba afirmou que o boicote econômico dos Estados Unidos custou à ilha US$ 5 bilhões entre março do ano passado e fevereiro deste ano. Segundo o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, sem o embargo, a economia cubana teria crescido 8% em vez da retração de 2%. O país enfrenta uma das maiores crises econômicas de sua história. Demógrafos estimam que a população da ilha tenha caído entre 18% e 10% desde 2020 por causa da emigração em massa. O governo cubano atribui a situação ao endurecimento do embargo americano a partir do governo Trump, à queda do turismo na pandemia e à onda global de inflação. O embargo já dura 62 anos, ele foi imposto após a derrubada do ditador apoiado pelos EUA, Fulgêncio Batista, e da aproximação entre o regime de Fidel Castro e a União Soviética.

Deu no Wall Street Journal

O dilema do corte de juros do Fed. Começar grande ou pequeno? A reportagem afirma que o Fed reduzirá os juros pela primeira vez desde 2020 na reunião que termina na próxima quarta. A dúvida é se a queda será de 0,25 ou 0,5 ponto percentual. O artigo argumenta que dados econômicos divulgados recentemente, apontando para sentidos opostos, complicaram a decisão e dificultam as previsões. Ontem, o Banco Central Europeu cortou as taxas na zona do euro pela segunda vez consecutiva, de 3,75% para 3,5%. No Brasil, onde a queda começou mais cedo, é quase certo que o Copom volte a elevar os juros na reunião da semana que vem. Leia mais.