Hezbollah realiza primeiro ataque com míssil a Tel Aviv
Do UOL
25/09/2024 09h22
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O Hezbollah disparou um míssil que, pela primeira vez, chegou a Tel Aviv - a cerca de 100 quilômetros ao sul da fronteira de Israel com o Líbano. O projétil foi abatido pelo sistema de defesa antiaérea de Israel.
O grupo xiita afirmou que o alvo era a sede do Mossad, serviço secreto israelense acusado pelo Hezbollah de estar por trás do assassinato de integrantes da organização. Ontem, o Hezbollah confirmou a morte de mais de um de seus comandantes militares, Ibrahim Koibeise, em um ataque aéreo em Beirute.
Nesta quarta, Israel anunciou novos bombardeios, "de longo alcance", contra o que diz serem alvos do Hezbollah no Líbano.
ONU dividida
Reforma da ONU, mudanças climáticas, a guerra entre Rússia e Ucrânia e os ataques de Israel à Faixa de Gaza e ao Líbano dominaram o primeiro dia da Assembleia Geral da ONU. O presidente Lula abriu a reunião pedindo mais participação dos países emergentes e criticando o peso que os EUA e as antigas potências coloniais têm nas instituições internacionais.
O principal foco do discurso do presidente americano, Joe Biden, foi a resposta dos EUA e da Otan à invasão da Ucrânia. Em uma breve menção à guerra entre Israel e o Hamas, Biden pediu mais uma vez um cessar-fogo e disse lamentar o sofrimento dos civis.
O assunto dominou o discurso de vários líderes internacionais, como os presidente da Turquia e da África do Sul, a maioria em tom de condenação a Israel.
Milei versus ONU
Em discurso na Assembleia Geral da ONU, Javier Milei atacou a organização, dizendo que ela é composta por "burocratas internacionais" que querem impor uma "agenda socialista" aos seus países-membros.
O presidente argentino elogiou o objetivo inicial da ONU de buscar a paz, mas disse que a entidade se transformou em um "leviatã de múltiplos tentáculos".
Ele também anunciou sua oposição ao Pacto do Futuro, documento com 56 propostas para enfrentar problemas desde o aquecimento global à regulação da inteligência artificial, apoiado por 143 países.
Quem quer petróleo?
A Opep prevê que a demanda mundial por petróleo continuará a crescer até 2050 e declarou que "a fantasia de eliminar o petróleo e o gás não tem relação com a realidade". As afirmações estão no relatório Perspectiva Mundial do Petróleo, divulgado ontem no Rio de Janeiro.
O documento estima que o consumo mundial passará de 102,2 para 120,1 milhões de barris diários entre 2023 e 2050, uma alta de 17%. A organização admite que a procura pode começar a cair nos países mais desenvolvidos a partir de 2030, mas crescerá na Índia e em outros países fora da OCDE.
As projeções contrastam com a visão da Agência Internacional de Energia, dominada pelos EUA e por países da Otan, que prevê o pico do consumo no final desta década.
Sobe e desce nos EUA
Duas pesquisas nacionais sobre a eleição americana divulgadas ontem reforçam a percepção de indefinição da disputa eleitoral nos EUA.
O levantamento Reuters/Ipsos mostrou Kamala Harris com uma vantagem de sete pontos sobre Donald Trump, 47% a 40%, dois a mais do que na rodada anterior, de duas semanas atrás. A pesquisa do instituto SSRS, realizada para a CNN, porém, mostrou um virtual empate: 48% para Kamala e 47% para Trump.
Os resultados foram divulgados um dia após um terceiro levantamento, New York Times/Siena College, mostrar um avanço do republicano em três estados decisivos do sul do país.
França: impostos contra o déficit
O ministro das Finanças do novo governo francês, Antoine Armand, defendeu a taxação sobre os ricos e sobre as empresas como ferramenta para enfrentar o crescente déficit público do país. "Pessoas que possuem ativos muito significativos, que às vezes não pagam muitos impostos, talvez possam contribuir mais", disse, em entrevista à rádio France Inter.
A proposta deve estar no Orçamento que o primeiro-ministro Michel Barbier apresentará à Assembleia no mês que vem. Se aprovada, a medida seria uma reversão das políticas de redução de impostos adotadas pelo governo Macron.
A previsão é que o déficit público francês chegue a 5,6% do PIB neste ano, acima dos 5,5% registrados em 2023.
Deu na Newsweek
Netanyahu vê avanço nas pesquisas após explosão de pagers do Hezbollah e ataques ao Líbano. A revista americana afirma que a popularidade do primeiro-ministro de Israel voltou aos patamares registrados antes do ataque do Hamas de 7 de outubro do ano passado.
Entretanto, a reportagem nota que, se houvesse uma eleição hoje, a coalizão liderada pelo Likud ainda perderia para a oposição.
Apesar da condenação internacional, os ataques de Israel ao Hezbollah no Líbano têm amplo apoio político interno, mesmo entre líderes da oposição. Um dos objetivos da ofensiva é permitir a volta à casa de 60 mil moradores do norte de Israel, que deixaram suas casas após a intensificação dos ataques do Hezbollah na região após a invasão israelense de Gaza. Leia mais.