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Líbano tem ao menos 72 mortos em novo dia de bombardeios israelenses

Fumaça é vista no horizonte após ataque aéreo israelense no sul do Líbano Imagem: Rabih DAHER / AFP

Do UOL, em São Paulo

25/09/2024 08h00Atualizada em 25/09/2024 19h16

Bombardeios israelenses atingiram o sul do Líbano e as montanhas ao norte de Beirute nesta quarta-feira (25). Ataques, segundo Israel, ocorreram após míssil lançado pelo Hezbollah contra Tel Aviv ser destruído.

O que aconteceu

Ao menos 72 pessoas morreram, segundo o Ministério da Saúde do Líbano. Entre as cidades com mortos estão Tebnine, Bint Jbeil, Ain Qana, Kesruan e Chouf.

Região montanhosa ao norte de Beirute foi uma das atingidas. Segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano, foguetes caíram em uma casa e um café no enclave de Kesruan, um "vilarejo" xiita localizado em área de maioria cristã. Três pessoas morreram e nove ficaram feridas no local.

Israel cita "ataques de grande alcance" após interceptação de míssil contra periferia de Tel Aviv. Segundo o Exército do país, o grupo extremista lançou o míssil contra a sede do Mossad, serviço de inteligência e contraterrorismo de Israel, a 200 km de distância da fronteira.

Local de onde o míssil foi lançado foi atingido por bombardeio israelense, informou Exército. O porta-voz do Exército, Nadav Shoshani, afirmou que um ataque à região de Nafakhiyeh destruiu o lançador de onde o ataque do Hezbollah saiu.

Mais de 90 mil pessoas deslocadas. Segundo a Organização Internacional para as Migrações da ONU, 90.530 pessoas precisaram deixar as próprias casas desde a segunda-feira.

Entre os mortos desde a segunda-feira (23) estão dois jornalistas. Um deles, Hadi al-Sayed, era do canal libanês Al Mayadeen; o outro, Kamel Karaki, era câmera do canal Al-Manar.

Papa Francisco diz que situação é "inaceitável". Em audiência geral nesta quinta, o pontífice afirmou que "espera que a comunidade internacional faça esforço para parar esta escalada terrível".

Este é o terceiro dia de ataques na região

Ataques desta quarta ocorrem após dia de bombardeios no sul e leste do Líbano, segundo a agência estatal NNA. Um dos ataques dessa quarta atingiu o bairro de Ghobeiry, onde acontecia um funeral de oito pessoas, incluindo cinco mulheres, mortas na sexta-feira (20) em outro bombardeio.

Comandante militar do Hezbollah foi morto. Ibrahim Muhammad Qabisi teve a morte confirmada pelo próprio grupo extremista. Ele guiava várias unidades de mísseis do grupo xiita, segundo o Exército de Israel.

O Exército de Israel diz que atingiu dezenas de alvos do Hezbollah, incluindo integrantes do grupo e armas, em represália a um ataque noturno. Segundo fontes de defesa citadas pela imprensa israelense, um dos alvos foi Abu Jawad Harikhi, um dos comandantes do sistema de mísseis da organização extremista. Ainda não há informações se ele foi atingido.

Hezbollah lançou foguetes contra o norte de Israel. Projéteis atingiram uma base aérea e um campo de aviação nas proximidades da cidade de Afula. Horas depois, o grupo atacou a cidade de Kiryat Shmona, atingindo prédios e causando incêndios. Segundo Israel, cerca de 100 projéteis foram lançados, mas a maioria foi interceptada.

Voos foram cancelados no Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute. Pelo menos 40 voos com destino ou saída de Beirute foram cancelados na quarta. Algumas companhias, como a Qatar Airways e Lufthansa, decidiram suspender todos os seus voos para o Líbano, mas as autoridades libanesas decidiram manter a operação aérea.

Pelo menos 558 pessoas morreram e 1.835 ficaram feridas nos bombardeios somente na segunda-feira, informou o governo libanês. Os ataques desta semana são os mais mortais no Líbano desde a guerra civil, entre 1975 e 1990.

"A grande maioria dos mortos, senão todos, eram pessoas desarmadas que estavam em suas casas", disse o ministro libanês da Saúde, Firass Abiad. Dezenas de milhares de pessoas fugiram de suas casas desde o início dos bombardeios.

Estratégia de Israel é demonstrar força militar para mudar a posição declarada do Hezbollah de que continuará atacando Israel enquanto não houver um cessar-fogo em Gaza. Outro objetivo do governo é retomar o controle do norte do país, de onde milhares de israelenses fugiram desde que o Hezbollah passou a disparar mísseis contra Israel, em 8 de outubro.

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