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Ataque de mísseis a Israel eleva tensão com o Irã ao ponto máximo

Líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, fala à imprensa durante encontro em Teerã Imagem: Divulgação/WANA via Reuters

Do UOL

02/10/2024 09h40

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A tensão entre Israel e Irã, as duas maiores potências militares do Oriente Médio, atingiu seu ponto mais alto nesta terça.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o Irã "vai pagar" pelo ataque com mais de 180 mísseis balísticos realizado ontem contra Israel. O governo iraniano alertou que qualquer retaliação levaria a uma resposta que causaria uma "vasta destruição".

A crise tem o potencial de arrastar para uma guerra outros países da região e potências globais, como os EUA e a Rússia. O Conselho de Segurança da ONU foi convocado e deve se reunir hoje para discutir a crise.

Mais de 180 mísseis

No ataque de ontem a Israel, o Irã usou pela primeira vez os mísseis hipersônicos Fattah, um dos mais modernos de seu arsenal.

A Guarda Revolucionária do Irã disse que 90% deles atingiram seus alvos. Israel, porém, afirma que abateu a maioria com o apoio de uma coalizão composta pelos EUA, Jordânia e outros países.

Imagens de TV mostraram vários projéteis sendo interceptados, mas registros nas redes sociais indicam que alguns deles escaparam da defesa israelense. Israel disse que não houve vítimas fatais, mas um morador de Jericó, na Cisjordânia, morreu, atingido por destroços.

EUA sobem o tom

O presidente Joe Biden disse que "os EUA estão apoiando Israel totalmente" no conflito com o Irã. O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, afirmou que os EUA trabalharão com Israel para impor ao Irã "consequências severas".

É uma mudança de postura importante dos EUA em relação ao ataque anterior, realizado pelo Irã, em abril, quando os americanos atuaram para que a reação de Israel fosse contida.

A candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, acusou o Irã de ser uma "força desestabilizadora" no Oriente Médio e prometeu apoio a Israel. Trump disse que o "Irã exporta terror" e que o "Oriente Médio está desmoronando".

Confrontos no Líbano

As tropas israelenses que invadiram o Líbano na segunda-feira enfrentaram pela primeira vez as forças do Hezbollah nesta quarta. A informação foi confirmada tanto pelo Exército de Israel como pelo grupo libanês.

Segundo a agência de notícias libanesa NNA, ataques aéreos de Israel mataram quatro pessoas no sul do país. Israel também voltou a bombardear a capital, Beirute, nesta quarta.

Atentado em Tel Aviv

Pouco antes do ataque iraniano com mísseis, sete pessoas foram mortas e 16 feridas em um ataque realizado por dois homens em uma estação de trem de Tel Aviv. Eles usaram um rifle e facas. Um dos autores foi morto; e o segundo, "seriamente ferido".

A polícia classificou a ação de um "atentado terrorista". Nenhum grupo militante assumiu a ação. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, disse que os homens eram de Hebron, na Cisjordânia - território sob ocupação militar de Israel, onde cerca de 700 palestinos foram mortos no último ano.

Mais mortes em Gaza

Pelo menos 51 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas em ataques israelenses a Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, segundo informações do Ministério da Saúde local.

Outras 22 foram mortas em uma escola e um orfanato que abrigavam refugiados na cidade de Gaza, ao norte, segundo a agência de notícias Reuters. Israel alega que o alvo desse ataque era uma base de comando e controle do Hamas.

Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, 41,7 mil pessoas, mais de 2% da população do território, foram mortas desde o início da ofensiva israelense.

Claudia Sheinbaum sucede seu padrinho político López Obrador como primeira presidente do México Imagem: Julio Munoz / Mexican Presidency / AFP

Candidatos a vice debatem Trump

Donald Trump foi o tema central do debate entre os candidatos a vice-presidente dos EUA na noite passada. O republicano JD Vance usou boa parte de suas respostas para defender o ex-presidente; e o democrata Tim Walz, para atacá-lo.

Durante o evento, o republicano se mostrou mais seguro do que o democrata. Vance, porém, foi evasivo em uma pergunta sobre os ataques ao Congresso americano de 6 de janeiro de 2021, permitindo o melhor momento de Walz.

De acordo com uma pesquisa instantânea com eleitores indecisos realizada pela CNN, 51% dos entrevistados disseram que Vance foi melhor, e 49% acharam que Walz venceu.

Deu na BBC

Como Israel pode retaliar? O analista de segurança internacional da rede britânica, Frank Gardner, diz que a resposta será "contundente".

Segundo ele, as opções de Israel vão desde ataques às bases de onde os mísseis foram disparados ontem até, se Israel quiser escalar ainda mais, a instalações nucleares do país. Garden diz que Israel pode ainda usar sua rede de agentes infiltrados no Irã para assassinar líderes de governo.

"De qualquer forma, um contra-ataque iraniano será quase inevitável, com os dois países perpetuando o atual ciclo de ataque e revanche." Leia mais.

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