Aiatolá Khamenei pede união de muçulmanos e diz que Israel 'não durará'
Do UOL
04/10/2024 10h04
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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu a união dos muçulmanos do mundo todo contra Israel e defendeu o ataque de mísseis iraniano realizado na terça-feira. Segundo Khamenei, a ofensiva foi a "punição mínima pelos crimes chocantes" cometidos por Israel.
Ele também afirmou que Israel "não durará muito tempo". Foi a primeira vez que Khamenei realizou pessoalmente o sermão público de sexta-feira desde janeiro de 2020, poucos dias após o assassinato no Iraque do general iraniano Qasem Soleimani pelos EUA. Até o fechamento desta edição, Israel ainda não havia se manifestado sobre o discurso.
Beirute sob ataque
Israel intensificou os bombardeios a Beirute nessa quinta-feira. Houve várias explosões no reduto xita no sul da cidade e nas imediações do aeroporto.
O alvo de pelo menos um dos ataques seria Hashem Safieddine, chefe do conselho executivo do Hezbollah, considerado o provável sucessor na liderança do grupo após o assassinato de Hassan Nasrallah, na semana passada. Outro ataque destruiu parte de um hospital.
De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, os ataques israelenses já deixaram cerca de dois mil mortos nas últimas duas semanas.
Jovem yazidi libertada em Gaza
Uma jovem yazidi, raptada há dez anos pelo Estado Islâmico no Iraque, foi libertada em uma operação internacional que evolveu as forças israelenses na Faixa de Gaza.
Fawzia Amin Sido, de 21 anos, estava escondida havia alguns meses, após a morte do homem que a mantinha em cativeiro e com quem teve dois filhos, "provavelmente durante um bombardeio". O vídeo de seu reencontro com a família, no Iraque, foi postado ontem nas redes sociais pelo ativista canadense Steve Maman.
Os yazidi são um grupo religioso minoritário que vive no Iraque e na Síria. Em 2014, milhares de homens yazidi foram mortos pelo Estato Islâmico; e mulheres e meninas, sequestradas.
Evo acusado
Uma juíza de Santa Cruz de la Sierra anulou um pedido de prisão contra o ex-presidente boliviano Evo Morales, e a promotora responsável pelo caso, Sandra Gutiérrez, foi demitida pelo procurador-geral do país nessa quinta-feira.
Gutiérrez abriu um inquérito para investigar a denúncia de estupro de uma menor por Evo Morales, com base em um "relatório de inteligência policial". Morales é acusado de ter se relacionado em 2016 com uma menor de 15 anos, com quem teria tido um filho.
Em uma entrevista coletiva, o ministro da Justiça, César Siles, disse observar "com indignação crimes graves que pretendem ficar na impunidade." Morales afirma ser vítima de uma perseguição política. "Todos os governos neoliberais, incluído o atual, ameaçaram-me, perseguiram-me, prenderam-me, tentaram me matar", postou na rede X, sem mencionar diretamente as acusações.
A descoberta da Petrobras na Colômbia
A Petrobras anunciou a descoberta de depósitos de gás natural no mar do Caribe que podem dobrar as reservas da Colômbia.
Segundo o gerente geral de Ativos Exploratórios da Petrobras, Rogério Soares, é o maior achado desde a década de 1970. As reservas são estimadas em 170 milhões de metros cúbicos, o suficiente para abastecer o país andino durante 15 anos.
A Petrobras tem 44% de participação no projeto de exploração do bloco Tayrona, a 32 quilômetros da costa colombiana. O restante pertence à estatal Ecopetrol.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, se elegeu com a promessa de eliminar a exploração de hidrocarbonetos no país. Na semana passada, porém, deputados aprovaram uma moção exigindo que o governo "reative os contratos de exploração" devido ao risco de desabastecimento.
Deu na BBC
Entrevista exclusiva com o líder do Hamas. O principal analista de Oriente Médio da rede britânica, Jeremy Bowen, conversou em Doha com Khalil al-Hayya, o segundo na atual estrutura do Hamas, depois apenas de Yahya Sinwar.
Apesar da reação de Israel, que já deixou mais de 40 mil palestinos mortos, al-Hayya defendeu os ataques do Hamas de 7 de outubro, que levaram à morte de cerca de 1,2 mil israelenses. O líder do Hamas disse que a ação foi necessária para colocar a questão palestina de volta na pauta de discussões internacionais, porque, sem isso, o ciclo de violência no Oriente Médio não terá fim. Assista.