OPINIÃO
Netanyahu vira o 'senhor das guerras': o que Kamala tem com isso?
Josette Goulart
Da TixaNews
07/10/2024 10h13Atualizada em 07/10/2024 10h14
Esta é a newsletter TixaNews - Eleições Americanas. Inscreva-se para receber gratuitamente no seu email de segunda a sexta.
Bibi Netanyahu usou o 7 de outubro de 2023 para virar o senhor das guerras. O Hamas promoveu um ataque terrorista sem precedentes em Israel, matando centenas de pessoas em uma festa. Claro que o líder de Israel respondeu. Claro que os Estados Unidos mandaram tudo o que podiam de armas para ajudar na retaliação. Porque, né? Era um ataque terrorista.
Relacionadas
O problema é que já faz um ano e o Bibi destruiu Gaza inteira, está acabando com os palestinos e depois que destruiu tudo resolveu escalar a guerra.
Virou um problema para Biden que passou seis meses tentando um acordo de paz. Um problema maior ainda para a Kamala que está tentando se eleger (como agradar eleitores muçulmanos, palestinos e judeus ao mesmo tempo?).
Os democratas também estão divididos. Na convenção, com a ameaça de manifestantes pró-palestinos tirarem o brilho da união do partido, Kamala fez um discurso exigindo a paz. Mas também declarou que vai continuar mandando armas para Israel. (Só que na época o Bibi ainda não tinha atacado o Líbano.)
Pergunta que não quer calar: Quando a gente vê, atualmente, aquele monte de mísseis explodindo como fogos de artifício sobre TelAviv sem machucar ninguém por conta do sistema de defesa, é impossível não se perguntar por que mesmo a defesa de Israel falhou tanto naquele 7 de outubro.
Quem é Bibi?
O líder de Israel já se elegeu primeiro-ministro diversas vezes, mas ultimamente seu poder andava ameaçado e ele se uniu mais do que nunca a extrema-direita para conseguir fazer mudanças no sistema judiciário para que ele não fosse processado por corrupção. Ele também encheu seu governo de pessoas da extrema-direita.
Bibi também é super amigo de Trump. Quando era presidente, Trump chegou a mudar a sede da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém para agradar Bibi. Os países não reconhecem Jerusalém como capital de Israel justamente por conta da briga com os palestinos.
Por falar em Trump
Neste fim de semana, o ex-presidente fez um verdadeiro culto religioso no local onde levou um tiro no dia 13 de julho. Foi em Butler, na Pensilvânia. O comício reuniu milhares de pessoas e o Elon Musk apareceu, todo serelepe. Alguém cantou até a Ave Maria. Aff Maria!
Mais um furacão
Na edição extra de sábado, listamos o que já aconteceu na eleição até aqui. E deixamos no ar o que mais poderia acontecer em 30 dias. Então, parece que pelo menos pode acontecer mais um furacão.
Depois do Helene, que devastou seis estados americanos e foi considerado um dos mais trágicos deste século, agora os Estados Unidos estão sob o alerta do furacão Milton. E as previsões dizem que ele pode ser mais devastador do que a Helene. Socorro!
Mais um desastre natural para a administração Biden e Kamala lidarem.
Como isso afeta a eleição?
Vamos olhar o que aconteceu com Helene. Trump foi à Geórgia um dia depois, e disse que Biden não estava fazendo nada e nem atendeu o governador do estado (o que era mentira).
A CNN fez uma reportagem com o sugestivo título: "Seis dias de mentiras de Trump sobre a resposta ao furacão Helene". É assim que o furacão afeta a campanha.
Trump tem dito que o governo federal está ignorando as vítimas da tempestade, especialmente em áreas republicanas, ele diz que o governo está distribuindo apenas US$ 750 em ajuda (este é o pagamento inicial para compra de mantimentos, mas o governo está distribuindo subsídios disponíveis para reconstrução de casas até um total de US$ 42.500, o limite máximo definido pelo Congresso).
Ele também alegou — falsamente — que a Agência Federal de Gestão de Emergências está sem dinheiro para ajudar porque o governo gastou todo o seu dinheiro na Ucrânia e em imigrantes sem documentos.
Blitz da Mídia
Kamala e Tim Walz finalmente resolveram dar entrevistas. Walz foi até na Fox Newes neste domingo.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL