Meteorologista chora ao vivo ao prever chegada de furacão: 'É terrível'

John Morales, meteorologista da emissora norte-americana NBC 6, ficou emocionado enquanto anunciava a chegada do furacão Milton na Flórida, nos Estados Unidos. O fenômeno deve atingir a costa do estado nesta quarta-feira (9). Ao vivo na televisão, ele pediu desculpas quando a voz ficou embargada.

É simplesmente um furacão incrível, incrível, incrível (...) Peço desculpas. Isso é simplesmente terrível.
John Morales, meteorologista

'Vocês sabem o que está causando isso'

Morales explicou que o furacão está ganhando força no Golfo do México. Na região, segundo ele, "os mares estão incrivelmente quentes".

Você sabe o que está causando isso. Não preciso dizer a vocês: aquecimento global. A mudança climática [está] levando a isso e se tornando uma ameaça crescente.
John Morales, meteorologista

Autoridades pedem evacuação

Nesta segunda, moradores da Flórida enfrentaram congestionamento perto de Tampa. Após um pedido de evacuação, a população enfrenta trânsito pesado, no sentido norte, em busca de locais seguros. Os que decidiram ficar estão protegendo as lojas e moradias com tapumes de madeira e sacos de areia.

Vai ser poderoso, então, por favor, tomem as precauções adequadas. Ele [furacão Milton] tem o potencial de causar muitos danos. Governador da Flórida, Ron DeSantis

Jane Castor, prefeita de Tampa, disse que quem ficar "vai morrer". "Posso dizer sem qualquer drama: se vocês escolherem ficar em uma dessas áreas de evacuação, vocês vão morrer", falou à CNN. Os que decidiram ficar estão protegendo as lojas e moradias com tapumes de madeira e sacos de areia.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de emergência para a Flórida. A medida permite o início de operações federais para lidar com desastres.

Furacão Milton se intensificou rapidamente e atingiu a categoria 5, considerada a mais forte das tempestades. A intensificação é algo quase sem precedentes, segundo meteorologistas. A velocidade dos seus ventos chega a 289 km/h, um aumento de 140 km/h em menos de 24 horas.

Milton já é considerada a terceira tempestade de intensificação mais rápida já registrada no Atlântico em 40 anos. Os dados são do NHC (Centro Nacional de Furacões, em inglês). Nas redes sociais, o NHC classificou a mudança como "intensificação explosiva" e uma tempestade "extremamente ameaçadora".

Apenas dois furacões se fortaleceram mais rápido que o Milton, conforme relatou a rede de TV americana CNN. Foram eles: Wilma —que atingiu Cuba, Haiti e os EUA, em 2005, e aumentou 177 km/h em um período de 24 horas— e Felix —que passou pela América Central, em 2007, e registrou aumento dos ventos em 160 km/h em apenas um dia.

Furacão anterior matou mais de 200 pessoas

Passagem de Helene, um furacão de categoria 4, matou mais de 200 pessoas em seis estados, há alguns dias. Foi a tempestade mais mortal a atingir o continente dos EUA desde que o furacão Katrina matou quase 1.400 pessoas em 2005.

Com Milton se aproximando da Flórida, as previsões de uma temporada de furacões no Atlântico altamente ativa começam a parecer mais precisas do que no início de setembro, tipicamente o pico para a formação de tempestades do tipo. Milton é o nono furacão da temporada, mas seis se formaram desde 9 de setembro.