Furacão Milton enfraquece, mas continua 'perigoso' e se aproxima dos EUA

O furacão Milton foi rebaixado para a categoria 4 na escala que vai a 5, mas continua "extremamente perigoso", segundo alerta do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). A previsão é de que Milton chegue na quarta-feira (9) à Flórida.

O que aconteceu

Furacão contornou o estado mexicano de Yucatán nas últimas horas. A previsão é de que o furacão cause "ondas destruidoras" no México e um aumento do nível da água de até 1,5 metro. O governo de Yucatán suspendeu as atividades não essenciais, enquanto a população protegeu portas e janelas com tábuas e pescadores levaram seus barcos para a terra. "Mesmo que a previsão indique que o furacão Milton não atingirá o território nacional, espera-se chuvas e ventos torrenciais, especialmente em Campeche e Yucatán", alertou a presidente Claudia Sheinbaum no X (antigo Twitter).

Milton é o 2º grande furacão no Golfo do México em duas semanas. Segundo o NHC, é provável que o fenômeno "continue como um grande e poderoso furacão ao atingir a costa da Flórida, com riscos potencialmente mortais na costa e no interior". O governo da Flórida, que ainda se recupera dos estragos causados pelo furacão Helene, ordenou novas evacuações. "Quem tiver condições deve pegar a estrada hoje", apelaram as autoridades na segunda (7), em coletiva dirigida especificamente à região metropolitana de Tampa, onde vivem cerca de 3 milhões de pessoas.

Previsão é de que seja a pior tempestade a atingir Tampa em mais de 100 anos. Separada do Golfo do México por uma baía, a cidade de Tampa, de 400 mil habitantes, teme principalmente o impacto de Milton sobre a maré e as inundações. Sacos de areia foram colocados nas portas das casas para tentar conter a água, cujo nível pode subir entre 2,4 e 3,6 metros, de acordo com o NHC. Carros congestionam as estradas e moradores lotam os supermercados para estocar mantimentos.

Furacão pode levar chuvas de até 250 mm para a Flórida, segundo o NHC. Em alguns pontos, o volume de chuva pode chegar a 380 mm. O governador Ron DeSantis ampliou para 51 (de um total de 67) o número de condados em situação de emergência no estado, o terceiro mais populoso do país. "Dá tempo de sair. Por favor, façam isso. Por favor, executem o plano agora se estiverem em algumas das áreas de risco", pediu DeSantis. "Estas tempestades estão trazendo mais água do que nunca", alertou a diretora da agência federal de resposta a desastres naturais (FEMA), Deanne Criswell.

Espera-se que Milton aumente de tamanho e continue como um furacão extremamente perigoso quando se aproximar da costa oeste da Flórida, na quarta-feira [9]. Uma grande tempestade destrutiva cairá sobre partes da costa oeste da Flórida. Esta é uma situação extremamente perigosa para a vida, e os moradores dessas áreas devem seguir as orientações das autoridades locais e evacuar imediatamente se forem instruídos a fazê-lo.
NHC, em alerta publicado hoje às 4h (horário local, 5h em Brasília)

Estragos do Helene

Furacão de categoria 4 atingiu a costa da Flórida em 26 de setembro. Helene deixou um rastro de destruição até os Montes Apalaches, com chuvas torrenciais e inundações, tornando-se o desastre natural mais mortal a atingir o país desde o furacão Katrina, em 2005. Em Treasure Island, na Flórida, as ruas seguem repletas de lixo e escombros, e os moradores amontoaram nas portas de suas casas tudo o que perderam, como camas, colchões, geladeiras e televisores.

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Equipes de resgate ainda trabalham para encontrar sobreviventes. Também tentam levar energia e água potável às comunidades isoladas pela tempestade nas montanhas. O número de mortes causadas pela passagem do Helene chegou a 232, segundo balanço divulgado na segunda-feira (7). "Precisamos que o máximo possível desses detritos [do Helene] seja recolhido. Eles criam um risco à segurança e também aumentam os danos que Milton pode causar", alertou o governador da Flórida, Ron DeSantis.

(Com AFP e RFI)

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