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NYT: Eleição de Harris dá vantagem a Israel e Rússia; de Trump, para China

Kamala Harris e Donald Trump Imagem: Brandon Bell e Michael Ciaglo/Getty Images via AFP

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/10/2024 22h40

O resultado das eleições dos Estados Unidos, que opõe Kamala Harris e Donald Trump, segue imprevisível. No entanto, independentemente do que os estadunidenses decidirem, o próximo a ocupar a Casa Branca implicará em impactos para todo o mundo, especialmente no que concerne às guerras na Ucrânia e em Gaza, além das relações geopolíticas com a China. A avaliação foi feita por especialistas do jornal The New York Times.

O que diz o NYT

Eleição de Harris pode dar maior vantagem a Israel que uma eventual vitória de Trump. Segundo o jornal, embora a maioria dos israelenses tende a migrar para o lado republicano, a "imprevisibilidade" do magnata preocupa mais ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que a continuidade de um governo democrata, dessa vez com Kamala no poder.

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Não importa qual candidato vença, nenhum deles apoiará a solução de dois estados separados para israelenses e palestinos. A vitória democrata implicaria em uma maior pressão para um cessar-fogo imediato na guerra que assola Gaza, mas não mitigaria o apoio militar que os EUA dão a Israel.

Trump tem postura mais agressiva contra o Irã, o que em um primeiro momento agrada Israel, diz a publicação. Porém, o republicano é descrito como "volátil", ou seja, ao mesmo tempo que ataca o regime iraniano, não demora a mudar de ideia.

Vitória de Trump também tende a ser mais benéfica à Rússia, que desde 2022 está em guerra contra a Ucrânia. O jornal cita "temor" dos ucranianos de que Trump "force um acordo de paz rápido, que seria favorável ao Kremlin", ao mesmo tempo, em que encaram com preocupação a possibilidade de Kamala limitar o apoio financeiro e militar concedido pelos EUA à Kiev.

Do outro lado do conflito, diz o NYT, o líder russo, Vladimir Putin, acredita que a diminuição do apoio norte-americano ao seu adversário é irreversível, independente de quem ganhar. Publicamente, ele declarou apoio à candidata democrata e quer chegar logo a um acordo com Kiev, que passará obrigatoriamente pela sanção dos EUA.

Na guerra fria entre EUA e China, uma vitória de Trump seria menos vantajosa a Pequim que a eleição de Kamala. Segundo o jornal, os poderosos do governo chinês enxergam como ameaça a postura do republicano em relação às tarifas sobre exportação de produtos chineses.

Pequim, no entanto, se sente pressionada pelo governo democrata em relação às alianças com seus vizinhos: Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Índia e, sobretudo, Taiwan. Esta postura deverá ser mantida por Harris, se vencer. Por outro lado, Trump não é um ferrenho defensor de Taiwan, o que interessa aos chineses.

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